Apesar de os protestos na avenida Paulista, no centro de São Paulo, terem sido convocados pelo MPL (Movimento Passe Livre), que tem entre suas bandeiras a tarifa zero, apenas 25% dos manifestantes acham que a passagem deveria de fato ser gratuita. Na média, o valor para ônibus, trem e metrô deveria ser de R$ 2.
A conclusão é de uma pesquisa Datafolha feita na quinta-feira com 551 entrevistas na Paulista, durante ato que celebrou a redução da tarifa. A pesquisa apontou ainda que os meios de transporte mais usados pelos manifestantes são metrô (79%) e ônibus (64%). Se considerada toda a média de toda a cidade, o índice dos que usam ônibus é maior: 73%.
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PERFIL
O Datafolha traçou também um perfil do manifestante que foi à Paulista na quinta-feira: a maioria absoluta dos participantes dá apoio à democracia (87%).
Apenas 5% disseram que, sob determinadas circunstâncias, uma ditadura é melhor que o regime democrático.
A maioria dos manifestantes têm entre 21 e 35 anos (63%), têm ensino superior (78%) e não têm partido --72%, contra 84% do ato de segunda-feira passada, iniciado no largo da Batata, na zona oeste de São Paulo. PT e PSDB obtiveram 6% de simpatizantes cada um.
Editoria de arte/Folhapress | ||
ORIENTAÇÃO
A orientação política do grupo que foi à Paulista está majoritariamente ao centro (31%) e à esquerda (22%), o que se traduz nas posições que defendem: contrários à adoção da pena de morte, ao porte de armas e defensores de a sociedade aceitar o homossexualismo (88%).
Extremos liberais são a maioria (32%) e conservadores extremos, a minoria (2%).
Protestar contra a corrupção foi a razão de metade dos manifestantes, à frente da luta contra o aumento da passagem (32%).
Trata-se de um resultado esperado: no dia anterior, o prefeito Fernando Haddad (PT) e o governador Geraldo Alckmin (PSDB) já haviam decidido reduzir a tarifa do transporte público.
Colaborou a Sucursal de Brasília