Folha de S. Paulo


Manifestação em Fortaleza termina com sete presos

O protesto desta sexta-feira (21) em Fortaleza (CE) terminou com sete detidos após confronto com a Polícia Militar em frente à prefeitura. Houve ainda uma reunião de manifestantes com integrantes da gestão do prefeito Roberto Cláudio (PSB).

O confronto teve início por volta das 20h15, quando manifestantes atiraram pedras e bombas nos policiais e guardas municipais que formavam uma barreira a 500 metros da prefeitura. Eles responderam com bombas de gás lacrimogêneo e tiros de borracha e começaram a dispersar as pessoas. A batalha durou cerca de uma hora e meia.

Segundo a Guarda Municipal, houve sete detidos, dentre eles quatro menores de idade que haviam se escondido no quintal de uma casa nas proximidades para fugir do fogo cruzado.

Os adolescentes foram liberados após averiguação da PM, que considerou que eles não haviam participado dos atos de vandalismo. Os outros três foram encaminhados a uma delegacia.

Um grupo de sete manifestantes, que tentava manter o protesto pacífico, foi recebido por integrantes da prefeitura para uma reunião, dentre eles o secretário da Juventude, Élcio Batista.

Eles pediram melhorias no transporte público, como a diminuição do valor da passagem de R$ 2,20 para R$ 2. A prefeitura explicou que está fazendo investimentos e que tenta, por via judicial, diminuir o valor da passagem.

A manifestação havia começado no final da tarde, com uma passeata pela orla que teve como bandeira principal a reivindicação por mais investimentos em saúde e educação.

A estimativa inicial era de cerca de mil participantes, mas depois foi elevada a 30 mil pela PM.

Havia intenção de passar em frente aos hotéis onde estão hospedadas as seleções da Espanha e da Nigéria, que jogarão neste domingo (23) na cidade pela Copa das Confederações.

O grupo acabou passando apenas pelo hotel que hospeda a Espanha. Em frente ao local, manifestantes se sentaram e promoveram uma espécie de jogral, em que afirmavam que o ato não era contra a presença dos jogadores, mas por demandas sociais.

Decidiu-se então seguir em direção à prefeitura, e enquanto algumas pessoas se dispersavam, outros começaram a apedrejar ônibus e chutar tapumes de obras. Havia também relatos sobre furtos no meio da passeata.

Às 20h15, começou o confronto após alguns manifestantes atirarem pedras nos policiais, que responderam com bombas e começaram a dispersar as pessoas.

"A polícia identificou que esses manifestantes encapuzados e com mochilas já vieram comentando que partiriam para o confronto", afirmou o coronel Carlos Ribeiro, comandante do policiamento na capital cearense.


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