Folha de S. Paulo


Ato em Curitiba soma 15 mil e tem início de confronto em frente a estádio

Sob forte chuva, cerca de 15 mil pessoas, segundo a PM, participam de mais uma manifestação em Curitiba --o quinto ato desde a semana passada.

A "Farofada do Transporte", que estava agendada antes mesmo da eclosão dos protestos em São Paulo, deveria acontecer na praça Rui Barbosa, um dos principais pontos de concentração de ônibus de Curitiba, no centro da cidade.

Os manifestantes, porém, saíram em passeata pelas ruas da cidade e se dividiram em pelo menos três grupos.

Um deles estava, por volta das 20h45, em frente ao estádio do Atlético-PR, a Arena da Baixada, no bairro Rebouças, que sediará os jogos da Copa do Mundo em Curitiba.

Houve briga entre torcedores do Atlético-PR, que tentam defender o estádio de eventual depredação, e manifestantes, que soltam rojões. Os grupos estão armados com pedaços de pau e pedras. Até as 21h, não havia registros de ocorrências no local, segundo a PM. Os torcedores do Atlético-PR bloqueiam a avenida Getúlio Vargas a fim de impedir a chegada de outras pessoas no local.

Outro grupo está no Palácio Iguaçu, sede do governo estadual, onde já houve confronto com a PM nos últimos dois protestos. Até agora, porém, não houve depredação ou conflito.

Um terceiro bloco, acompanhado pelos organizadores do protesto, está andando pelo centro até a praça Santos Andrade, onde pretende permanecer até se dispersar. Várias ruas do centro estão bloqueadas.

BALANÇO

Ontem à noite, após um protesto pacífico que reuniu cerca de 3.500 pessoas, quinze pessoas foram detidos pela Polícia Militar após confusão no Palácio Iguaçu, sede do governo estadual. Destas, 14 foram autuadas por dano ao patrimônio público.

O grupo tentou invadir e depredou o local. Portas e vidros foram quebrados e paredes, pichadas com inscrições como "Fora, Copa".

A sede da prefeitura, a poucos metros dali, também teve vidros quebrados. Além disso, um ônibus e um ponto de táxi foram apedrejados pelos vândalos. Alguns deles gritavam "A violência vem do Estado".

Para a organização, há pessoas que vão aos protestos com o propósito exclusivo de criar confronto. O movimento diz ser contra a violência e tem repudiado os atos de vandalismo.

Além da depredação, houve um desentendimento, no início da passeata, entre grupos que empunhavam bandeiras de partidos e outros que se diziam apartidários. Organizadores reclamavam que alguns participantes "não tinham formação política alguma", mas não houve violência.

AGENDA

A Frente de Luta pelo Transporte de Curitiba pretende se reunir até segunda-feira (24) para definir quais serão os próximos atos. Por enquanto, não há novos protestos agendados.


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