Folha de S. Paulo


55% dos paulistanos reprovam atuação de Dilma diante dos protestos

Pesquisa do Datafolha mostra que 55% dos paulistanos consideram "ruim" ou "péssima" a reação da presidente Dilma Rousseff diante dos protestos que aconteceram em várias capitais brasileiras. Uma parcela de 15% avalia a atuação como "ótima" ou "boa", e 27% a consideram "regular".

Na pesquisa anterior, feita no dia 18, a parcela dos que reprovavam a atuação de Dilma era de 49%.

Veja o mapa dos protestos que acontecem pelo país
Quais as novas bandeiras? Veja no protestômetro
Veja o resumo dos 14 dias de protestos na capital paulista
Corrupção é principal motivação de manifestantes em SP, diz Datafolha

Em sentido inverso, o governador Geraldo Alckmin e o prefeito Fernando Haddad exibem números melhores na pesquisa de hoje do que na anterior, realizada antes da redução da tarifa do transporte público na cidade.

A reprovação à atuação de Alckmin diante dos protestos caiu de 51% para 39%. A curva negativa de Haddad apresenta inflexão menor: passou de 55% de reprovação para 50%.

O instituto fez hoje 606 entrevistas na cidade de São Paulo. A margem de erro é de quatro pontos percentuais.

PROTESTOS

Mesmo após a redução em série das tarifas de ônibus, principal reivindicação dos protestos que tomaram conta do país, novos atos levaram mais de 1 milhão de pessoas às ruas em cerca de cem cidades. Hoje há previsão de atoes em cerca de 60 municípios.

No 14° dia de manifestações, cenas de violência e vandalismo foram registradas em 13 das 25 capitais, que tiveram protestos. Ocorreram ataques ou tentativas de invasão a órgãos dos Três Poderes em nove cidades. Ações de repúdio a partidos políticos foram recorrentes.

Em Brasília, que contabilizou mais de 50 feridos, um grupo quebrou os vidros do Palácio do Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores e houve princípio de incêndio. Dois ministérios foram pichados, e o Banco Central teve vidraça danificada.

"Foi um ato de vandalismo que não pode se repetir. Eu conclamaria a todos os manifestantes que observassem a calma e que respeitassem o patrimônio da nação", disse o chanceler Antonio Patriota à rádio CBN. "Fiquei muito indignado com o que ocorreu."

No Rio, o protesto reuni 300 mil pessoas e terminou num grande confronto que se espalhou pelo centro e terminou com mais de 60 feridos. Agressores chegaram a atacar um veículo blindado da Polícia Militar, conhecido como "caveirão".

Em Ribeirão Preto (313 km de São Paulo), pelo menos 25 mil pessoas foram às ruas na quinta-feira (20) para protestar. O estudante Marcos Delefrate, 18, morreu após ser atropelado por um carro que furava um bloqueio de manifestantes --a primeira morte desde que começou a escalada de protestos, há duas semanas. Outras três pessoas ficaram feridas, uma delas em estado grave. O motorista está foragido.

Em São Paulo, a comemoração pela redução da tarifa, de R$ 3,20 para R$ 3, foi marcada por hostilidades de manifestantes contra membros de partidos políticos como PT, PSOL e PSTU. A multidão gritava "fora, partidos, vocês querem o povo dividido". Os petistas, o maior grupo, deixaram o ato.

O Movimento Passe Livre (MPL) emitiu nota no início da madrugada desta sexta-feira em repúdio aos atos de violência contra partidos políticos durante as manifestações. Às 20h, mais de 110 mil pessoas se reuniam na avenida Paulista, segundo o Datafolha.

Petistas foram expulsos do ato, que reuniu 110 mil pessoas às 20h, segundo o Datafolha.


Endereço da página:

Links no texto: