Folha de S. Paulo


Em Curitiba, protesto reúne 2.000 e segue sem rumo certo

Debaixo de forte chuva, cerca de 2.000 pessoas, segundo a PM, participam de mais uma manifestação em Curitiba --o quinto ato desde a semana passada.

A "Farofada do Transporte", que estava agendada antes mesmo da eclosão dos protestos em São Paulo, deveria acontecer na praça Rui Barbosa, um dos principais pontos de concentração de ônibus de Curitiba, no centro da cidade.

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Os manifestantes, porém, saíram em passeata pelas ruas do centro, sem rumo certo. A organização não sabe para onde vai o grupo e tenta reuni-los novamente em direção à Rui Barbosa. Alguns deles gritavam para o grupo ir à Arena da Baixada, onde serão feitos os jogos da Copa em Curitiba. Várias ruas do centro estão bloqueadas.

A maioria dos participantes é jovem e protesta contra a corrupção, a PEC 37, os gastos na Copa, entre outros temas.

Há, porém, muitos mascarados, jovens com tubão (refrigerante misturado a bebida alcoólica) e alguns grupos incitando a violência, com faixas como "'Vandalismo' é diferente de revolução". A organização teme atos de vandalismo.

Até as 19 horas, porém, não havia registro de conflitos, segundo a PM.

PAUTAS

A principal pauta da manifestação é a redução da passagem de ônibus para R$ 2,60.

Os manifestantes também pedem o investimento em transporte alternativo (como bicicletas), a abertura da "caixa-preta" do sistema de transporte, campanhas de conscientização dos motoristas sobre a convivência com pedestres e ciclistas, respeito às mulheres que andam de ônibus e transparência na administração pública, com participação popular.

Ontem, o prefeito Gustavo Fruet (PDT) anunciou tarifa a R$ 2,70. O preço atual é de R$ 2,85.

A Frente de Luta pelo Transporte de Curitiba, porém, que vem organizando os protestos na cidade, diz que continuará nas ruas até que a redução de 25 centavos seja alcançada.

Fruet já afirmou que irá cobrar "responsabilidade" nessa discussão. "Eu gostaria de não cobrar nada. Agora, tem que ter uma postura de responsabilidade. Senão, não vai ter fim", disse.

A frente irá se reunir até segunda-feira (24) para definir quais serão os próximos atos. Por enquanto, não há novos protestos agendados.


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