Folha de S. Paulo


Curitiba terá protesto 'lúdico' nesta sexta, afirma organizador

Após mais um ato marcado por episódios isolados de vandalismo, Curitiba terá novo protesto em prol do transporte público nesta sexta-feira (21).

Embora a frente que organiza os eventos esteja preocupada com a violência de alguns grupos e com o risco de descaracterização da pauta, como ocorre em São Paulo e outras capitais, a avaliação é que o ato de hoje será pacífico.

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"Ontem foi muito estressante, havia um clima hostil por parte de algumas pessoas. Hoje será um ato diferente, mais lúdico", diz o sociólogo Bernardo Pilotto, 29, um dos integrantes da Frente de Luta pelo Transporte de Curitiba, que organiza os eventos.

A "Farofada do Transporte", programada para as 18h de hoje, deve acontecer na praça Rui Barbosa, um dos principais pontos de concentração de ônibus de Curitiba.

O evento, que estava agendado antes mesmo da eclosão dos protestos pelo país, pede a redução da passagem para R$ 2,60, o investimento em transporte alternativo (como bicicletas), a abertura da "caixa-preta" do sistema de transporte, campanhas de conscientização dos motoristas sobre a convivência com pedestres e ciclistas, respeito às mulheres que andam de ônibus e transparência na administração pública, com participação popular.

A organização convidou grupos artísticos para participar do ato.

Ontem, a Prefeitura de Curitiba anunciou redução de R$ 0,15 na passagem, que passará de R$ 2,85 a R$ 2,70 a partir de julho. O movimento, porém, diz que continuará nas ruas até que o valor de R$ 2,60 seja alcançado.

BALANÇO

Ontem à noite, após um protesto pacífico que reuniu cerca de 3.500 pessoas, quinze pessoas foram detidos pela Polícia Militar após confusão no Palácio Iguaçu, sede do governo estadual. Destas, 14 foram autuadas por dano ao patrimônio público.

O grupo tentou invadir e depredou o local. Portas e vidros foram quebrados e paredes, pichadas com inscrições como "Fora, Copa".

A sede da prefeitura, a poucos metros dali, também teve vidros quebrados. Além disso, um ônibus e um ponto de táxi foram apedrejados pelos vândalos. Alguns deles gritavam "A violência vem do Estado".

Para a organização, há pessoas que vão aos protestos com o propósito exclusivo de criar confronto. O movimento diz ser contra a violência e tem repudiado os atos de vandalismo.

Além da depredação, houve um desentendimento, no início da passeata, entre grupos que empunhavam bandeiras de partidos e outros que se diziam apartidários. Organizadores reclamavam que alguns participantes "não tinham formação política alguma", mas não houve violência.

AGENDA

A Frente de Luta pelo Transporte de Curitiba pretende se reunir até segunda-feira (24) para definir quais serão os próximos atos. Por enquanto, não há novos protestos agendados.


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