Folha de S. Paulo


Excessos de vândalos e policiais devem ser punidos, diz Cabral

Em sua primeira manifestação pública após os protestos desta semana, o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), afirmou na tarde desta sexta-feira (21) que os excessos de policiais e do que chamou de "vândalos" devem ser punidos.

"Cabe a uma polícia dentro do Estado democrático de Direito, rever procedimentos, verificar excessos. A Secretaria de Segurança e a Polícia Militar estão coibindo qualquer tipo de excesso. Não estou ressaltando vândalos e protegendo a polícia. Aqueles que cometeram excessos devem ser punidos por isso em ambos os lados para prevalecer o ambiente democrático."

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O governador, no entanto, defendeu a estratégia da polícia em dispersar os manifestantes concentrados em frente à prefeitura com bombas de gás lacrimogênio e tiros de borracha. O confronto se estendeu por três quilômetros, até a Lapa.

"No momento em que acontece o radicalismo aconteceu, o Estado teve que agir", disse Cabral.

O governador repetiu o tom das declarações das demais autoridades, defendendo a manifestação pacífica e afirmando ser papel dos governantes discutir como atender aos pedidos por melhorias na saúde, educação e transporte público, além do combate à corrupção.

"Devo sempre garantir aos manifestantes o direito de se manifestar, mas também preciso garantir o direito de ir e vir, e garantir a integridade do patrimônio público e privado."

Cabral interrompeu a coletiva de imprensa quando jornalistas pediam para fazer mais questionamentos.

Alvo preferencial nas manifestações, ele afirmou receber com tranquilidade os xingamentos das ruas. "Não tenho o monopólio da opinião nem unanimidade das ruas. Fui reeleito com 67% dos votos. 33% não votou em mim. É da democracia", afirmou o governador.

Após informar a aliados de que o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) o alertara de que criminosos do Comando Vermelho poderiam aproveitar os atos para cometer atentados, Cabral não se estendeu sobre o tema.

"Cabe aos órgãos de segurança avaliar. Certamente que não são os jovens desejosos por democracia que fazem isso", disse ele


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