Folha de S. Paulo


Campinas (SP) contabiliza mais de R$ 700 mil em prejuízos

O dia seguinte à manifestação que reuniu entre 30 e 40 mil pessoas nas ruas do centro de Campinas (a 93 km de São Paulo), segundo a PM, tem sido dedicado à contabilização dos prejuízos.

Balanço preliminar da prefeitura aponta que os prejuízos aos cofres públicos ultrapassam R$ 700 mil --cerca de R$ 500 mil por destruição de jardins e iluminação pública de praças, pichações de monumentos e quebra de painéis informativos e R$ 238,5 mil por vidros quebrados e estruturas e equipamentos danificados no Palácio dos Jequitibás, sede do governo municipal, e entorno.

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Na manhã desta sexta-feira (21), comerciantes arrumavam portas de estabelecimentos que foram arrombadas por um grupo de vândalos que correu para o centro após o confronto com o Batalhão de Choque.

Pelo menos um supermercado, uma ótica e uma escola de idiomas foram saqueadas, duas agências bancárias foram depredadas e várias lojas tiveram portas e vitrines quebradas.

Foram registradas nove ocorrências na região central da cidade até a manhã de hoje --sete de dano ao patrimônio e duas de furto-- e 13 pessoas foram detidas, entre elas três adolescentes. Cinco pessoas foram liberadas por falta de provas.

A Polícia Militar informou que divulgará à tarde um balanço da operação.

Não há policiais feridos, mas 16 guardas municipais precisaram receber atendimento. Vinte e cinco pessoas foram atendidas pelo Samu e sete procuraram espontaneamente o Pronto Atendimento do centro, serviço de urgência mais próximo à prefeitura.

PREFEITURA

No Palácio dos Jequitibás, funcionários da prefeitura recolhiam 280 m² de vidros que foram quebrados durante o confronto entre parte dos manifestantes e a Guarda Municipal e o Batalhão de Choque.

"São dois sentimentos distintos", disse à imprensa o prefeito da cidade, Jonas Donizette (PSB), em frente ao prédio. "Um pela manifestação cívica. E outro, de tristeza, pela destruição que foi feita na cidade."

Donizette chamou de "vândalos" os que entraram em confronto com os 220 guardas municipais que faziam a proteção da prefeitura e, depois, com os cem homens do Choque. "Eu não os encaro como manifestantes. Eles vieram para destruir."

OUTRO PROTESTO

Na madrugada após o protesto, um novo evento foi marcado pelo Facebook para as 17h de hoje. Já há mais de 8.000 pessoas confirmadas.

Filipe Jordão Monteiro, 26, advogado e membro da Frente Contra o Aumento de Campinas, que ajudou a organizar o primeiro protesto, diz que o grupo não está organizando o novo evento. "Não conhecemos [quem está organizando]. Hoje à tarde vamos fazer uma reunião para avaliar o movimento de ontem e pedir uma reunião com o prefeito."

O Capitão Jaime de Souza, comandante da PM no centro de Campinas, disse que vai convocar os policiais que estavam de folga devido ao confronto de ontem. A operação será montada agora à tarde.

PARTICIPAÇÃO

Se você for participar ou se sentir prejudicado pela manifestação, envie seu relato ou imagens para a Redação. Elas poderão ser publicadas pela Folha.

O leitor pode acessar a página "Envie sua notícia" para enviar as informações (nome completo, idade e local), ou encaminhá-las diretamente pelo e-mail enviesuanoticia@grupofolha.com.br ou enviar pelo Instagram com a hashtag #InstaFolha09.

Editoria de Arte/Folhapress
Clique na imagem e veja onde acontecerão os protestos ao longo da semana
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