Folha de S. Paulo


Manifestação no Rio chega a 300 mil; PM e manifestantes entram em confronto

Especialistas da Coppe (Coordenação de Programas de Pós Graduação da Universidade Federal do Rio de Janeiro) estimam em 300 mil o número de manifestantes que se concentram em frente à Prefeitura.

A informação foi divulgada no twitter da Polícia Militar do Rio que afirmou também ainda não ter concluído sua avaliação.

Por volta das 18h50 alguns manifestantes começaram a soltar morteiros. A polícia reagiu lançando bombas de gás lacrimogêneo. A cavalaria da PM entrou em ação para impedir que a Prefeitura fosse invadida.

O deputado Alfredo Sirkis (PV-RJ) passou pela manifestação e fotografou o local. "Vou esperar para ver o desdobramento. Espero que não vire violência"

Todas as ruas de acesso à prefeitura estão fechadas por policias da Tropa de Choque. Cerca de 30 cavalos do Batalhão de Cavalaria estão mobilizados em frente a estação de metrô próxima ao local, a Cidade Nova. Veículos não chegam próximos da prefeitura e pessoas que saem do trabalho sentem-se amedrontadas com o aparamento policial.

O trânsito na avenida Presidente Vargas, a principal avenida do centro do Rio, está parado, mas a via ainda não foi interditada na altura da prefeitura.

Segundo a PM, o efetivo hoje já será pelo menos o dobro da última passeata, quando apenas 150 policiais fizeram a segurança da população. A assessoria não informou quantos policiais estarão na rua hoje.

O governador Sérgio Cabral (PMDB) informou por meio da sua assessoria que recebeu telefonema do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, alertando para possíveis atentados do Comando Vermelho na manifestação, embora nem Polícia Militar nem a Secretaria da Segurança tenham confirmaram a informação.

Cabral tem evitado fazer declarações sobre as manifestações e ontem (19) pediu ao prefeito Eduardo Paes (PMDB) para anunciar no seu lugar a suspensão de aumentos que havia concedido às tarifas do trem, das barcas e do metrô.

CONFRONTO

Na segunda-feira (17), policiais do Batalhão de Choque entraram em confronto com um grupo de cerca de 300 manifestantes após a invasão do prédio da Assembleia Legislativa do Rio. Ao menos oito pessoas foram detidas.

A invasão da Alerj aconteceu por volta das 23h e durou alguns minutos, até a chegada da Tropa de Choque. Os policiais chegaram às 23h15 em vinte carros e um blindado, o chamado caveirão, e atiraram várias bombas de efeito moral para dispersar os manifestantes, que correram em direção à Candelária.

O ato tinha começado pacificamente seis horas antes, reunindo 100 mil pessoas. Antes da invasão, um grupo de 80 policiais, sendo vinte deles feridos, chegou a ficar encurralado pelos manifestantes no prédio da Alerj.


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