Folha de S. Paulo


Manifestantes entoam palavras de ordem contra partidos em ato em SP

Ainda na concentração, os manifestantes que se reuniam na avenida Paulista, na altura da praça do Ciclista, na região central de São Paulo, afirmavam que partidos políticos não são bem vindos. "Fora partidos, vocês querem o povo dividido", gritava a multidão.

Ontem, o PT afirmou que estava mobilizando seus militantes para participem de manifestações marcadas para a tarde de hoje em diversas capitais do país. "Nós não temos medo do povo na rua", disse o presidente nacional do partido, Rui Falcão.

A oposição reagiu. e o líder do PSDB, o senador Aloysio Nunes Ferreira (SP) disse que a mobilização é uma "estupidez" porque os atos têm caráter suprapartidário.

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Cartazes e gritos de ordem variam entre "fora militantes", "fora Dilma, fora Haddad". "Já votei no PT, já votei no PSDB, mas hoje não acredito em partido. Eles são que nem igreja: agem em favor próprio", afirmou Antonio Marcos Barbosa, 42, funcionário do Tribunal de Justiça.

Na saída da passeata, os manifestantes sem partido lideraram o grupo, separando as pessoas que estavam com camisas e bandeiras do PSTU, PSOL, entre outros, para trás, em um segundo grupo.

No Rio, onde também há protesto acontecendo na tarde desta quinta-feira, manifestantes chegaram a rasgar bandeiras da CUT, levadas por alguns grupos.

PROTESTO

Os manifestantes fecharam por volta das 17h aos dois sentidos da avenida Paulista. O protesto foi mantido mesmo após a redução das passagens de ônibus, metrô e trem na capital paulista, anunciado ontem.

O Movimento Passe Livre, que organiza o protesto, comemorou a redução de R$ 3,20 para R$ 3, mas afirmou que agora vai lutar para conseguir tarifa zero no transporte público. Ao anunciarem a redução, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o prefeito Fernando Haddad (PT) disseram que investimentos serão reduzidos.

Por volta das 17h10, a Polícia Militar ainda não tinha um balanço de quantas pessoas fechavam a Paulista. O grupo estava concentrado na altura da praça do Ciclista, segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego).

O movimento era pacífico no local, segundo a PM, que afirmou haver um reforço no policiamento da região central de 3.000 homens.

MOBILIZAÇÃO

Desde o reajuste das tarifas, no início do mês de junho, São Paulo enfrentou vários protestos, assim como várias outras capitais do país. Na terça-feira (18), um grupo tentou invadir a Prefeitura de São Paulo, e promoveu uma série de saques e depredações a estabelecimentos da região central.

Houve ainda pichações ao prédio da prefeitura e bandeiras hasteadas na frente do prédio foram arrancadas. Mais tarde, um grupo de pessoas ainda depredou e saqueou lojas da região central. Até a madrugada, ao menos, 63 pessoas tinham sido detidas.


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