Folha de S. Paulo


Presos em protestos de Belo Horizonte têm antecedentes criminais

A Polícia Militar de Minas prendeu nove pessoas pelos atos de vandalismo e saques na noite de terça-feira (18) em Belo Horizonte, e três adolescentes foram apreendidos. Apenas 3 dos 12 não têm passagem pela polícia por roubo e furto. Nenhum deles estuda ou trabalha.

Cerca de 250 vândalos mascarados se aproveitaram da manifestação de ontem no centro de BH para arrombar e saquear.

A PM acompanhou toda a manifestação, mas não agiu para impedir os arrombamentos, especialmente em um banco, de onde foram retirados computadores e móveis para serem jogados na rua. A polícia acompanhou tudo de perto, mas só agiu mais tarde.

O vice-presidente da Ubes (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas), Gladson Reis, condenou a ação dos "infiltrados", mas também a falta de ação da PM.

"Vamos à Corregedoria [da PM] para saber por que a polícia foi tão omissa. Era um estado frenético. Aquelas pessoas nos ameaçavam. Acho que é uma tentativa de criminalizar o movimento", disse Reis.

A coronel Cláudia Romualdo, comandante do CPC (Comando de Policiamento da Capital), disse que a PM se preocupou primeiramente com a segurança dos manifestantes pacíficos. Só depois que eles se dispersaram o batalhão de choque agiu para proteger o patrimônio.

"O cidadão sempre teve essa prioridade e vai continuar sendo assim", disse a coronel, ladeada pelo secretário de Defesa Social, Rômulo Ferraz, que sinalizou concordando com ela.

Na tarde desta quarta-feira, cerca de 4.500 pessoas voltaram a se manifestar no centro da cidade. Segundo a polícia, duas pessoas foram presas por furto e três por soltar bombas no meio dos manifestantes, provocando correria entre os muito jovens.

Centenas de manifestantes ocuparam ainda o saguão externo da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, em uma manifestação pacífica.


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