Folha de S. Paulo


Polícia detém ao menos 63 pessoas após saques e depredações em SP

Ao menos 63 pessoas foram detidas na noite de terça-feira (18), na região central de São Paulo, após os protestos contra o aumento das passagens de ônibus, metrô e trens. A informação foi confirmada pelo secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Fernando Grella Vieira, em entrevista ao programa "Bom Dia SP", da Rede Globo.

A maioria foi detida por furto e vandalismo. "A população quer protestos pacíficos e condena atos de violência", disse o secretário.

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Segundo Grella, a polícia agiu de maneira correta durante sexto ato contra a tarifa de ônibus na capital. "A polícia estava presente durante toda a manifestação. Temos a obrigação de garantir a ordem e o direito do povo se manifestar, o que foi feito", completou Grella.

Durante a madrugada, a reportagem da Folha percorreu os distritos policiais onde foram encaminhados os detidos e constatou que a maioria está no 8º DP (Brás), todos suspeitos de furto. Três mulheres e quatro menores, sendo dois de 12 anos, integram o grupo de ao menos 35 pessoas que estão na delegacia. A polícia ainda apreendeu televisores, computadores, relógios e eletrodomésticos, todos saqueados de lojas no centro.

Treze pessoas foram encaminhadas para o 1º DP (Liberdade). Uma foi presa por furto e outras doze suspeitas de vandalismo contra um monumento da Copa instalado na praça do Ciclista, no cruzamento da avenida Paulista e da rua da Consolação. Elas ainda responderão por desacato e agressão contra policiais que atenderam a ocorrência, que aconteceu por volta da 0h30.

A polícia ainda informou que outros 13 estão detidos no 78º DP (Jardins), também por furto na região central de São Paulo. Com o bando a polícia apreendeu principalmente eletrodomésticos e brinquedos.

Todos serão encaminhados, ao longo do dessa quarta-feira, para a carceragem do 2º DP (Bom Retiro), onde serão fichados e encaminhados para Centros de Detenção Provisória.

PROTESTO

O ato começou na praça da Sé e passou pela avenida Paulista, rua da Consolação, entre outras. Já os saques se concentraram nas ruas São Bento e Direita. Foram quebradas vitrines e manequins, lançados contra outras lojas e agências bancárias. Pessoas foram vistas carregando eletrodomésticos de lojas invadidas.

Entre as lojas invadidas estão a Dibs, Marisa, Cacau Show e Claro. Também houve depredação de uma agência do Itaú e de uma base da Polícia Militar. Um carro da Record também foi depredado e incendiado na região da prefeitura.

Cerca de 50 mil pessoas, segundo o Datafolha, iniciaram o ato de forma pacífica. Os manifestantes, no entanto tentaram invadir a Prefeitura de São Paulo e depois promoveram uma série de saques e depredações. A polícia chegou a usar bombas de gás lacrimogêneo no viaduto do Chá e na rua Augusta.

Esse é foi o sexto protesto promovido contra o aumento das passagens de transporte público. Os primeiros atos foram marcados por confrontos entre policiais e manifestantes. O protesto mais violento ocorreu na última quinta-feira (13), quando cerca de cem pessoas ficaram feridas e mais de 200 foram detidas.

A manifestação com maior número de pessoas, no entanto, ocorreu na segunda-feira (17), quando reuniu cerca de 65 mil, segundo o Datafolha. O ato ocorreu de forma pacífica na maior parte do tempo, tendo ocorrido tumulto apenas na frente do Palácio dos Bandeirantes, já no fim da noite. Não houve, porém, feridos ou detidos.

O sétimo ato contra o aumento da tarifa acontecerá na próxima quinta-feira (20). A concentração começará na praça do Ciclista, na avenida Paulista, às 17h.


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