Folha de S. Paulo


Depoimento: Em ato, muitos buscavam TVs e roupas; outros só pretendiam destruir

O povo estava em fúria na rua Direita. Logo que cheguei, vi a porta do Magazine Luiza arrebentada e dezenas de pessoas enlouquecidas saindo com televisões, micro-ondas, roupas, brinquedos e notebooks.

Entrei e vi um cenário de destruição. Muitos reviravam a loja em busca de objetos de valor, mas uma boa parte queria apenas quebrar tudo.

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"Eu não estou aqui para roubar nada, só quero quebrar. Esses caras me roubaram a vida inteira", disse um dos saqueadores com o rosto coberto enquanto destruía um forno de micro-ondas.

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Pouco depois os manifestantes atravessaram a rua e começaram a chutar e atirar objetos na porta das Casas Pernambucanas. Eles arrebentaram a porta e cerca de 50 pessoas entraram na loja.

Uma delas gritava: "Sobe, sobe, os notebooks estão lá em cima, aqui embaixo só tem roupa". Minutos depois começaram a sair carregados com os objetos da loja.

Do lado de fora o clima era de tensão e euforia. "Chegou o nosso dia", gritavam alguns manifestantes. A polícia chegou 40 minutos depois. Alguns policiais recolheram TVs, secadores de cabelo e roupas e devolveram a funcionários das Lojas Americanas, que também foi saqueada. Naquele momento, nenhum manifestante havia sido preso.


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