Manifestantes desocuparam às 21h30 desta terça-feira (18) as pontes Pedro Ivo Campos e Colombo Salles, em Florianópolis, após uma hora de bloqueio total.
Única passagem entre as áreas continental e insular da cidade, as pontes foram tomadas em apoio aos protestos por melhorias no transporte público iniciados no país na semana passada.
Nenhum motorista entrou ou saiu da ilha durante o bloqueio, e isso provocou filas quilométricas e interrupção de parte das linhas de ônibus.
Não houve confrontos entre manifestantes, motoristas e policiais.
O tenente-coronel Araújo Gomes, responsável pelo policiamento, estimou que entre 25.000 e 30.000 pessoas ocuparam as pontes --mais cedo, sem as imagens do circuito de câmeras, a estimativa havia sido de 50.000.
Antes de chegarem ao local, os manifestantes percorreram um trajeto de cerca de 10 quilômetros na área central gritando palavras de ordem como "Brasil, mostra a tua cara" e "vem pra rua".
Sobre as pontes, muitos silenciaram e passaram a tirar fotos e postar nas redes sociais. Muitos telefonavam para amigos e parentes dizendo, com orgulho, que estavam caminhando sobre as pontes.
Em dias normais, a travessia dos 1.200 metros só é feita de carro ou por passarelas sob as pistas.
PASSE LIVRE
Florianópolis enfrenta protestos anuais contra o reajuste das tarifas de ônibus desde 2003, segundo Waldir Gomes, presidente do sindicato das empresas de ônibus.
Em 2004, as pontes chegaram a ser fechadas por 20 minutos.
A maioria das manifestações do período terminou em confronto entre policiais e estudantes, boa parte guiada pelo MPL (Movimento Passe Livre), que na cidade faz reivindicações desde 2000.
Neste ano, o prefeito Cesar Souza Júnior (PSD) disse que as passagens não serão reajustadas e anunciou para setembro nova licitação das empresas do transporte coletivo.
O bilhete na cidade custa R$ 2,90 para pagamento em dinheiro e R$ 2,70 no sistema eletrônico. O último reajuste foi em janeiro de 2012.