Folha de S. Paulo


'Estão entrando, estão entrando', diz assessor na prefeitura

O clima ficou bem tenso dentro do prédio da Prefeitura de São Paulo na noite desta terça-feira após um grupo de manifestantes tentar invadir o prédio. "Estão entrando. Estão entrando", dizia uma assessora de Fernando Haddad, percorrendo as poucas salas que ainda têm gente.

Alguns recebem telefonemas de integrantes da prefeitura que estão fora do prédio. "Estão tentando invadir a prefeitura e você está preocupado com isso?", respondeu um graduado assessor do prefeito ao interlocutor que estava do outro lado da linha.

Manifestantes tentam invadir a Prefeitura de SP durante protesto
Protesto reúne 50 mil pessoas em passeata no centro de SP
FHC diz que protestos mostram 'descrença nos caminhos políticos'
Haddad pressiona Senado por projeto que reduz tarifa de ônibus

Barulhos de helicóptero, gritos e assobios assustam que permanece dentro do prédio. O que parece uma bomba explode. Um cheiro forte entra pelas portas e pelas janelas, todos desconfiam que pode ser gás de pimenta. Uma das funcionárias fica com os olhos irritados.

Os funcionários que ainda dão expediente observam das janelas a tentativa de invasão. Boa parte das pessoas se alterna entre a visão da rua e as telas de TV. Vários aparelhos estão ligados em vários canais.

Do alto dá para ouvir os gritos dos manifestantes --uma minoria, já que a maior parte se retirou pacificamente em direção ao teatro Municipal.

Enquanto um grupo tentava derrubar as grandes, a maioria gritava "sem violência, sem violência". E os que preconizavam a invasão respondiam: "sem burguesia, sem burguesia".

HADDAD

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), deixou no início da noite desta terça-feira o seu gabinete na prefeitura, na região central da cidade, para se encontrar com a presidente Dilma Rousseff e com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Tanto ele quanto o ex-presidente foram ao encontro de Dilma no aeroporto de Congonhas, onde ela se prepara para decolar de volta a Brasília. Ela chegou no início da tarde à cidade para se encontrar com seu padrinho político.

Haddad sinalizou no começo da tarde que poderá rever o aumento da tarifa, desde que algumas providências, como a desoneração de impostos federais e estaduais, sejam adotadas.

Este será um dos assuntos da pauta dele com Dilma e Lula. Outro tema é a renegociação da dívida da Prefeitura de São Paulo com o governo federal. O prefeito alega que o pagamento dos serviços correspondentes ao débito oneram o caixa municipal.


Endereço da página:

Links no texto: