Folha de S. Paulo


Paes convida o Movimento Passe Livre para reunião no Rio

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), convidou os representantes do Movimento Passe Livre para uma conversa no início da noite desta terça-feira.

Segundo a assessoria do prefeito, o grupo ainda não respondeu se irá à reunião. Representantes do grupo informaram que ainda estão avaliando o convite.

O objetivo do encontro, segundo a assessoria de Paes, é abrir um canal de diálogo sobre as reivindicações do grupo, responsáveis pelo início de uma série de protestos que vêm tomando conta das principais cidades do país.

Desde que houve o anúncio do aumento na passagem dos ônibus urbanos no Rio de Janeiro, de R$ 2,75 para R$ 2,95, o grupo conhecido com MPL tem realizado manifestações de repúdio ao aumento, engrossadas com outras reivindicações que foram sendo agregadas de maneira espontânea ao longo das últimas duas semanas.

Ontem, antes da realização da terceira passeata no Rio, Paes já havia declarado que estava de portas abertas para discutir o aumento da passagem.

Ele argumentou, em evento promovido pelo jornal inglês "Financial Times", que a passagem do Rio de Janeiro é "uma das mais baratas do Brasil" e não tem subsídio. Ele informou que desonerou o ISS (Imposto Sobre Serviços) para tirar o custo da tarifa e vem investindo na construção de BRTs (Bus Rapid Transit) para melhorar a qualidade do transporte urbano da cidade.

"É legítimo que se proteste, que se reclame. Estamos abertos a negociar, se tiver uma pauta e não for partidarizado", afirmou ontem, descartando no entanto a possibilidade do governo estipular tarifa zero para o transporte público.

CONFRONTO

Ontem, durante o maior protestos dos últimos tempos, policiais do Batalhão de Choque entraram em confronto com um grupo de cerca de 300 manifestantes após a invasão do prédio da Assembleia Legislativa do Rio. Ao menos, oito pessoas foram detidas.

A invasão da Alerj aconteceu por volta das 23h e durou alguns minutos, até a chegada da Tropa de Choque. Os policiais chegaram às 23h15 em vinte carros e um blindado, o chamado caveirão, e atiraram várias bombas de efeito moral para dispersar os manifestantes, que correram em direção à Candelária.

O ato tinha começado pacificamente seis horas antes, reunindo 100 mil pessoas. Antes da invasão, um grupo de 80 policiais, sendo vinte deles feridos, chegou a ficar encurralado pelos manifestantes no prédio da Alerj.


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