Folha de S. Paulo


Manifestantes picharam cúpula da Câmara e quebraram vidros

O protesto que levou milhares de manifestantes ao teto do Congresso na noite de segunda-feira (17) teve pichação na cúpula que representa a Câmara dos Deputados, a quebra de vidros de salas e de mármores da laje e da rampa de acesso ao prédio.

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A danificação, no entanto, não terá custos para a Câmara. Os vidros da sala da Vice-Presidência e da Secretaria-Geral da Presidência e os mármores não foram comprados emergencialmente, já que a Casa tem materiais de manutenção em estoque.

Nesta manhã, servidores já removeram a pichação e também estão repondo os vidros e os mármores. Ao final do dia, a Casa deve divulgar um balanço final sobre as danificações.

Presidente da Câmara em exercício, o deputado André Vargas (PT-PR), descartou pedir reforço policial mesmo com a indicação de novos protestos durante a semana. A segurança da área no entorno do Congresso é de responsabilidade da Polícia Militar do Distrito Federal.

"Não vamos solicitar nada especial por entender que foi feito aquilo que foi necessário fazer", disse.

"Acreditamos que o Agnelo [Queiroz, governador do DF] vai continuar dando conta do trabalho com sua equipe de segurança até porque deu certo. Apesar do número bem diminuto de policiais em relação ao de manifestantes não teve ocupação e os policiais se comportaram de foram exemplar e não vimos cenas de violência", completou.

Segundo o petista, é preciso buscar interpretar os protestos. "É fundamental que o mais importante agora não é a segurança pública é questão política que está envolvida, de interpretarmos as razões desses movimentos, que são legítimos, democráticos, expressão de uma parte da juventude que quer ser ouvida. Por mais que não tenham uma pauta organizada, sem líderes organizados para que possamos identificar, existe uma alta legitimidade dos pleitos", disse.

Ontem, Vargas negociou a operação com o Governo do Distrito Federal. Segundo dados da PM, a manifestação levou cerca de 10.000 pessoas para o Congresso.

O líder do PT na Câmara, José Guimarães (CE), disse que os líderes da Casa podem discutir ainda hoje propostas que possam dar resposta às diversas reivindicações.

"É um caldo de uma cultura se expressando nacionalmente, precisamos compreender a natureza política desses movimentos", afirmou.


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