Folha de S. Paulo


Grupo derruba portão e tenta invadir a sede do governo de SP

Um grupo de manifestantes derrubou um dos portões de acesso ao Palácio dos Bandeirantes --sede do governo de São Paulo-- na noite desta segunda-feira durante o protesto contra o aumento dos transportes públicos.

A polícia respondeu com bombas de gás lacrimogêneo, o que fez com que o grupo recuasse e não chegasse a invadir o prédio, de onde o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e secretários acompanham o protesto desde a tarde desta segunda-feira.

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"Não dá para segurar. O povo está revoltado", disse Caio Martins, membro do Movimento Passe Livre. Na frente do prédio, grupos de manifestantes se dividiram entre pedidos de paz e cantos do hino nacional antes de começar a dispersar.

Desde a chegada ao local, muitos manifestantes chutavam os portões e lançavam pedras em direção aos policiais, que ficaram do lado de dentro do palácio. Outros manifestantes, no entanto, tentavam acalmar as pessoas mais exaltadas.

Por volta da 1h30 desta terça-feira, um grupo de manifestantes ainda permaneciam diante do Palácio, onde fez uma fogueira e bloqueou a via, usando dois ônibus. Um novo ato está marcado para as 17h desta terça, na praça da Sé, na região central.

Durante todo o protesto de segunda, o movimento havia sido pacífico. Os cerca de 65 mil manifestantes, que se concentraram no largo do Batata, na zona oeste, no fim da tarde, se dividiram e fecharam vias como a Faria Lima, av. Eusébio Matoso, a av. Paulista, a ponte Estaiada e a marginal Pinheiros, antes de se dirigirem para o palácio dos Bandeirantes.

Esse foi o quinto protesto feito contra o aumento do transporte público. As últimas manifestações foram marcadas por confrontos. O último caso ocorreu na quinta-feira (13), quando houve confusão na rua da Consolação, na região central. Segundo organizadores, ao menos cem pessoas ficaram feridas e mais de 200 foram detidas. Dentre jornalistas, houve 15 feridos, sendo sete da Folha.

Para esta segunda-feira, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou que a Polícia Militar não usará balas de borracha contra os manifestantes. "Nós acreditamos em uma manifestação pacífica e organizada, em que a polícia vai apenas ordenar para que ela aconteça", disse ontem (16) o secretário de Segurança Pública, Fernando Grella Vieira.


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