Folha de S. Paulo


Grupo político protesta contra modelo de concessões de transporte público

Enquanto 65 mil pessoas caminham pelas ruas de São Paulo protestando contra o aumento da tarifa de transporte público, cerca de 50 pessoas se manifestaram na noite desta segunda-feira (17) contra o atual modelo de concessão de linhas de ônibus no vão livre do Masp, na avenida Paulista.

A manifestação, organizada pelo movimento Libertários, defende a desestatização do transporte público em apoio ao livre mercado.

"Estamos aqui para mostrar que somos uma voz dissonante", disse o líder e organizador do movimento em São Paulo, Roberto Chiocca, 35.

"O motivo pode parecer o mesmo [do Movimento Passe Livre],mas não é. O que eles defendem é mais intervenção estatal, com o governo subsidiando as passagens. Nós defendemos a livre iniciativa", completou.

De acordo com Chiocca, o fim das concessões de linhas para as empresas de transporte público promoveria a concorrência.

"Qualquer pessoa com uma van ou com um micro-ônibus poderia oferecer o serviço de transporte e fazer sua própria rota", diz o organizador da manifestação.

Neste modelo, o controle regulatório seria de inspeção de poluentes e de segurança dos veículos, afirmou o arquiteto e urbanista Anthony Ling, que participa do movimento.

Para o jornalista e escritor Leandro Narloch, 35, membro do Libertários, investir mais no modelo de monopólio estatal do transporte público é "dar whisky a alcoólatras".

"Se hoje os pobres têm acesso a produtos e serviços antes reservados a milionários, como telefonia celular, internet, geladeiras ou antibióticos, é por causa da livre concorrência", disse o Narloch.

"Para lucrar, empresas se digladiaram oferecendo produtos cada vez melhores e mais baratos. Não é à toa que, onde a concorrência é proibida, o serviço é ruim ou caro, como no transporte coletivo ou no serviço de táxis", completou.

De acordo com Roberto Chiocca, o Libertários, que nasceu em discussões em redes sociais, possui até o momento com 7 mil assinaturas para se viabilizar como partido político.

O TST (Tribunal Superior Eleitoral) exige 500 mil assinaturas para a criação de um novo partido.


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