Folha de S. Paulo


Servidores do Planalto não serão criminalizados por protesto, diz ministro

O ministro Gilberto Carvalho (Secretaria Geral da Presidência) disse que ainda não recebeu informações oficiais do governo do Distrito Federal sobre uma eventual participação de servidores da Presidência da República em protesto realizado na sexta-feira (14), em Brasília, quando pneus foram queimados, paralisando todo o trânsito em uma das principais vias da capital federal.

Como a Folha revelou no último sábado (15), representantes de um grupo político composto por dois servidores da Casa Civil participaram do protesto.

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O movimento Brasil e Desenvolvimento tem entre seus integrantes Mayra Cotta Cardozo e João Vitor Rodrigues Loureiro, assessores da Casa Civil.

Um dos criadores do movimento é Daniel Gobbi, assessor internacional da Secretaria-Geral da Presidência, com salário de R$ 11,3 mil.

"Estamos tentando ver a extensão da atuação de cada uma dessas pessoas. É evidente que isso nos preocupa politicamente. Mas eu insisto: nós não vamos criminalizar uma pessoa pelo simples fato de ela ter uma militância social. Não tivemos ainda nenhuma comprovação [de participação de servidores]", disse o ministro.

"Acho que temos que ter prudência e um enorme cuidado em não impedir que as pessoas, funcionárias públicas, possam participar de eventos e mobilização fora de seu expediente de trabalho."

As declarações do ministro foram dadas logo após uma reunião com representantes do autointitulado Comitê Popular da Copa, que organizou o movimento "Copa Para Quem?", formado por diversos movimentos sociais.

O porta-voz do grupo, Edemílson Paraná, mestrando de sociologia e servidor do Conselho Nacional do Ministério Público, disse que o objetivo da reunião era garantir a não criminalização dos manifestantes. Segundo ele, o governo do Distrito Federal está perseguindo os manifestantes.

Paraná, que é filiado ao PSOL, ressaltou que não fala pelo conjunto dos movimentos envolvidos nos protestos, e que, por isso, não houve acordo de procedimentos com o ministro em relação a futuras manifestações.


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