Folha de S. Paulo


Manifestantes invadem teto do Congresso Nacional em Brasília

Manifestação de milhares de jovens na Esplanada dos Ministérios iniciada no final da tarde desta segunda-feira (17) culminou com a invasão do teto do Congresso Nacional.

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Depois de se concentrarem no gramado em frente ao prédio, gritando palavras de ordem das mais heterogêneas, parte dos manifestantes contornou o cordão de isolamento da Polícia Militar e escalou rapidamente a laje do Congresso.

A invasão foi liderada por um grupo de skatistas e punks, mas foi seguida por centenas de manifestantes, em sua maioria jovens.

No teto, o grupo gritou "o Congresso é nosso", "ora, ora, ora, cadê a Dilma agora?" e protestou contra a Copa do Mundo e o Congresso.

As entradas do Congresso em si não foram violadas. A segurança do Palácio do Planalto, do outro lado da praça dos Três Poderes, foi reforçada por policiais e barreiras metálicas.

Pedro Ladeira/Folhapress
Manifestantes invadem marquise do Congresso Nacional durante protesto; manifestações se espalham por 11 capitais
Manifestantes invadem marquise do Congresso Nacional durante protesto; manifestações se espalham por 11 capitais

Os manifestantes chegaram a quebrar o vidro da sala da Vice-Presidência da Câmara. Policiais tiveram que fazer um cordão de isolamento para evitar que eles entrassem pela lateral do prédio. Apesar do incidente, a manifestação teve pouca repercussão dentro do Congresso já que foi realizada num dia que não há votações.

Às 20h40, o teto e a rampa do Congresso permaneciam lotados de manifestantes.

O ato em Brasília foi organizado, via redes sociais, em solidariedade às manifestações por menores tarifas de ônibus em todo o país e como crítica aos gastos públicos na Copa do Mundo e das Confederações.

Mas, na Esplanada, os protestos se tornaram mais difusos. Houve desde críticas a presidente Dilma Rousseff a protestos contra o deputado Marco Feliciano (PSC-SP) e até à especulação imobiliária.

A Polícia Militar estimou em 5.000 o número de manifestantes.

A maioria protestava pacificamente, mas, no início da noite, um grupo se posicionou na linha de frente com o cordão de isolamento montado pela polícia. Antes da invasão do teto, alguns entraram no espelho d´água do Congresso e jogaram água nos policiais. Eles foram contidos com gás de pimenta e um manifestante foi detido.

Entre os manifestantes, havia militantes de partidos, como PT e do PSTU. Alguns defendiam a organização de uma pauta de protestos. "Todo movimento precisa estabelecer prioridades para apresentar", afirmou Pedro Henrichs, da juventude do PT.

"Tem gente tentando politizar. Aceitamos apoio, mas nosso movimento é aprtidário", afirmou Paulo Melo, 17 anos, estudante de Engenharia Aeroespacial da UnB e um dos organizadores do protesto via Facebook.

PROTESTO

Milhares de pessoas saíram às ruas nesta segunda-feira (17) em ao menos 11 capitais do país para protestar contra os reajustes da tarifa de ônibus, a repressão policial nas manifestações recentes em São Paulo e para pedir ética na política, investimentos em saúde, educação e transporte, entre outras reivindicações.

Além de São Paulo, Rio e Brasília, há protestos nas seguintes capitais: Belo Horizonte, Fortaleza, Vitória, Maceió, Belém, Salvador, Curitiba, Porto Alegre. Há manifestações também em Londrina (PR), Foz do Iguaçu (PR), Indaiatuba (SP) e Juiz de Fora (MG). (FILIPE COUTINHO, FERNANDO MELLO, RUBENS VALENTE E JOÃO MAGALHÃES)


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