Folha de S. Paulo


Alckmin diz que bala de borracha está proibida em protestos em SP

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, disse que o uso de balas de borracha está proibido em manifestações públicas, inclusive protestos. O anúncio foi feito nesta segunda-feira durante evento em Campinas (a 93 km de São Paulo).

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"Não será utilizada bala de borracha. Aliás, nós proibimos utilização de bala de borracha em manifestações públicas", afirmou o governador em Campinas.

Durante evento na cidade, o governador elogiou o trabalho da polícia e os manifestantes pela "demonstração de diálogo".

"Quero aqui, publicamente, elogiar as lideranças do movimento e também a Polícia Militar e a [Secretaria da] Segurança Pública", disse o tucano.

O governador disse ser possível garantir a integridade física da população envolvida ou não nos atos. "Acho que podemos dar um grande exemplo de preservar o direito das pessoas da manifestação sem prejuízo para ninguém", afirmou.

"Você garante o direito, garante a integridade física dos manifestantes e garante também o direito de quem não participa da manifestação", disse o governador.

Mais cedo o promotor de Habitação e Urbanismo da capital, Maurício Ribeiro Lopes, havia falado sobre a proibição após encontro entre governo e manifestantes. O anúncio foi feito horas antes do quinto protesto contra o aumento das tarifas de ônibus em São Paulo, marcado para começar às 17h desta segunda-feira.

O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Fernando Grella Vieira, recuou e afirmou que não impedirá os manifestantes de chegarem à avenida Paulista ou à marginal Pinheiros durante o protesto de hoje.

No protesto de quinta-feira (13), 15 jornalistas ficaram feridos, sete dos quais da Folha. O fotógrafo Sérgio Silva, da agência Futura Press, levou uma bala de borracha no olho e pode perder a visão. A repórter Giuliana Vallone, da TV Folha, também foi atingida no olho e está em recuperação.

CONFRONTO

Na última quinta-feira (13), o confronto entre manifestantes e PMs começou quando a polícia tentou impedir o grupo de prosseguir a passeata contra o aumento dos ônibus pela rua da Consolação e chegar à avenida Paulista, uma das vias mais importantes da cidade e que dá acesso a diversos hospitais.

Com isso, houve bombas de gás lacrimogêneo e tiros de borracha disparados contra os manifestantes, que atiravam pedras e outros objetos.

Na sexta-feira (7), o segundo dia de protestos, os manifestantes fecharam a pista local da marginal Pinheiros, na zona oeste de São Paulo por volta das 19h20.

Policiais que acompanhavam os manifestantes usaram bombas de gás lacrimogênio e tiros de borrachas para dispersar os cerca de 800 manifestantes.

O grupo havia se concentrado na avenida Faria Lima e seguiu pela avenida Eusébio Matoso até a marginal Pinheiros, onde bloquearam as pistas expressa e local no sentido Castello Branco.

No primeiro dia de protestos (6), os manifestantes chegaram a bloquear a avenida Paulista.

Para conter o movimento, a PM usou gás lacrimogênio e tiros de bala de borracha para reprimir a manifestação, o que provocou correria. A Força Tática esteve no local.

Os organizadores apontam que ao menos 30 pessoas ficaram feridas.


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