Folha de S. Paulo


Vídeo mostra fotógrafo da Folha após ser ferido em protesto; veja

Vídeo divulgado na internet por um grupo de fotojornalistas que cobria o protesto do Movimento Passe Livre mostra o repórter fotográfico da Folha Fabio Braga, 33, logo após ser atingido por um disparo no rosto durante a cobertura dos protestos da última quinta-feira (13). Ele também foi ferido na virilha.

Braga usava máscaras e um capacete, mas a proteção não evitou os ferimentos. O fotógrafo acredita que a máscara ajudou a pelo menos diminuir o impacto. "Na virilha não tinha como me proteger. O tiro foi a queima-roupa".

Braga registrava o protesto na esquina da rua Maria Antônia com a Consolação quando foi atingido. "Eles nos encurralaram e abriram fogo aleatoriamente. Os manifestantes chegaram a ajoelhar e colocar as mãos para cima, mesmo assim a PM atirou."

Com o impacto, Braga caiu e foi socorrido por outros jornalistas. Logo em seguida, enquanto deixava o local, recebeu novo tiro de bala de borracha. "No segundo disparo, o policial mirou em mim e atirou", diz ele, que passa bem.

O fotógrafo disse que durante toda a cobertura estava com o crachá da Folha pendurado no colete onde guarda os equipamentos fotográficos e que ao ser encurralado por policiais tentou, sem sucesso, se identificar como imprensa.

Neste domingo, o fotógrafo fez um exame de corpo delito no IML (Instituto Médico Legal) e registrou um boletim de ocorrência no 78º DP (Jardins). Apesar de ainda estar se recuperando dos ferimentos, Braga diz que planeja voltar a cobrir a manifestação programada para amanhã por considerar a cobertura um "fato histórico". "Vou respeitar meus limites, mas quero registrar novamente os protestos".

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Além de Braga, outra profissional da Folha atingida com gravidade foi a repórter Giuliana Vallone, 26, ferida na região do olho. A jornalista voltou a enxergar na manhã de sexta-feira (14) e teve alta ontem do hospital Sírio Libanês.

Pelo menos 15 jornalistas, sendo sete profissionais da Folha, ficaram feridos durante a cobertura do último protesto contra a alta da tarifa de transporte. O levantamento é da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo).

Na lista de agressões sofridas pelos jornalistas estão tiros de bala de borracha, golpes de cassetete, bombas de gás lacrimogêneo, spray de pimenta e até atropelamento por carros da Polícia Militar.

O caso mais grave é do fotógrafo Sérgio Silva, da Futura Press, atingido no olho por uma bala de borracha.

Ele passou por uma cirurgia para reparação do globo ocular no Hospital de Olhos Paulista e recebeu alta na manhã de ontem.

Também ficaram feridos dois repórteres do jornal "O Estado de S. Paulo", uma jornalista da rede "Brasil Atual", e mais dois do jornal "Metro".

Um dos casos chama especial atenção. De acordo com a Abraji, Vagner Magalhães, do portal Terra, foi atacado pela PM quando estava sentado na mureta sob o MASP, na avenida Paulista.

Além disso, dois jornalistas --da revista "Carta Capital" e do portal Terra-- foram detidos durante a cobertura da manifestação.

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