Folha de S. Paulo


Protesto contra estatuto do nascituro reúne 1.500 pessoas na praça da Sé, em SP

Diversos grupos em prol a descriminalização do aborto e dos direito das mulheres estão reunidos desde às 13h em frente a Catedral da Sé, na região central, para protestar contra o Estatuto do Nascituro.

A estimativa extraoficial é que cerca de 1.500 pessoas, entre homens, mulheres e crianças, estejam no local. A Polícia Militar não confirma esse número.

Entre os grupos presentes estão a Liga Brasileira de Lésbicas, o movimento da Marcha das Vadias e a Marcha Mundial das Mulheres.

Os manifestantes pedem a descriminalização do aborto por meio de frases como: "Se o papa fosse mulher, o aborto seria legal", "Cadê o homem que engravidou? Por que a culpa é da mulher que abortou?" e "Aborto legal, seguro e gratuito. Neste dia se escuta um só grito".

Segundo a historiadora Sarah D. Roure, 30, membro da Marcha Mundial das Mulheres, a maternidade não deve ser vista como um castigo. "Nos casos de aborto, é isso que acontece".

Agentes da Guarda Civil Metropolitana bloquearam a área de entrada da catedral, que está fechada, atitude a qual os manifestantes vaiaram.

Palavras de ordem como "Que contradição. Aborto é crime, homofobia não" e "Contra o capital, a igreja e sua moral" ressoaram pela praça, por onde os manifestantes estão circulando.

O projeto do Estatuto do Nascituro, aprovado pela Comissão de Finanças e Tributação, estabelece garantias ao bebê em gestação e também aos embriões congelados. No texto, há ainda a menção a uma espécie de "bolsa" para a mulheres vítimas de violência sexual que não interrompam a gravidez, o que foi apelidado pelas pessoas contrárias de "bolsa-estupro".


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