Folha de S. Paulo


Movimento Passe Livre defende a ausência de lideranças e apartidarismo

Com 25 participantes regulares entre seus 20 membros "orgânicos" e 35 "apoiadores", o MPL (Movimento Passe Livre) é responsável pelos quatro grandes protestos das últimas semanas.
O movimento organiza-se em torno de três princípios básicos: federalismo, apartidarismo e horizontalidade.

Esse terceiro item reflete-se na ausência de lideranças e hierarquia --um dos fatores que, segundo a polícia, tornou complicada a negociação nos momentos em que os atos saíram de controle.

Os membros se revezam assumindo uma ou duas tarefas de cada vez. Para afiliar-se, é preciso participar de reuniões semanais e das palestras que o grupo promove.

Érica de Oliveira, 22, estudante de história da USP e membro "orgânico" do Passe Livre, diz que grupo é aberto a adesões desde que o ideal seja o mesmo que defendem.

Editoria de Arte /Folhapress

Moradora do Butantã, ela usa ônibus e metrô para ir ao trabalho --ela é produtora de exposições.

O paulistano Caio Martins, 19, está desde 2011 no MPL: "Vim em um protesto e gostei, vi que tinha a ver com o que eu pensava", diz.

Martins mora na Lapa (zona oeste) e diz esperar uma hora pelo ônibus que o leva diariamente à USP, onde faz graduação em história.

Já o carioca Mateus Preis, 19, decidiu entrar no MPL no ano passado. "Foi pelo sentimento de apropriação da cidade", conta.

Mora com a mãe e a irmã na Vila Sônia, próximo à USP, onde estuda ciências sociais. Atualmente faz iniciação científica sobre o sindicalismo e movimentos grevistas.

O professor Lucas Monteiro, 29, dá aulas em uma escola particular no Paraíso e mora perto da r. da Consolação.

Depois do expediente, sai direto para as manifestações. Para andar pela cidade, só usa ônibus e metrô: não tem carro, nem carteira de habilitação. "Não preciso de carro, preciso de transporte público de qualidade", afirma.


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