Folha de S. Paulo


Termina protesto na avenida Paulista contra desapropriações da Copa do Mundo

Os dois sentidos da avenida Paulista já estão com fluxo normal após a realização de um protesto na tarde desta sexta-feira (14) na avenida.

Inicialmente, o movimento "Copa para quem?", que protestou por moradias para comunidades despejadas por causa de obras para a Copa do Mundo em São Paulo, ocupou faixas da avenida no sentido centro.

A situação se inverteu quando os manifestantes se concentraram em frente ao escritório da Presidência da República em São Paulo, localizado na esquina da avenida Paulista com a rua Augusta, no sentido bairro da via.

O movimento, organizado pela Frente de Resistência Urbana e pela Articulação Nacional dos Comitês Populares da Copa, diz que entre 1.500 a 2.000 pessoas participaram do protesto. A Polícia Militar estima que a manifestação foi composta por 400 pessoas.

O acesso à estação do metrô Consolação, na calçada da avenida Paulista no sentido centro, ficou fechado por cerca de dez minutos. Segundo o Metrô, a medida foi tomada para evitar tumulto.

Durante todo o protesto, não houve confronto entre a Polícia Militar e os manifestantes.

REIVINDICAÇÃO

Com base em um estudo da ONU, os manifestantes afirmam que cerca de 100 mil pessoas foram despejadas de suas casas em razão das obras da Copa do Mundo em São Paulo.

Durante o protesto, algumas pessoas usavam com máscaras do jogador Ronaldo Fenômeno, membro do Comitê Organizador Local da Copa do Mundo, do ministro de Esportes, Aldo Rebelo, e do presidente da CBF, José Maria Marin.

"Disseram que depois das manifestações em São Paulo, legítimas e justas, o povo estaria com medo. Tem alguém com medo aqui?" Não tem ninguém com medo [de protestar]", disse Guilherme Boulos, integrante do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MSTS) e do grupo Resistência Urbana.

"Somos solidários à luta dos jovens do Movimento Passe Livre", completou Boulos, se referindo aos protestos contra o aumento das tarifas de transporte público.
Um grupo de seis líderes do movimento foi recebido por assessora da Presidência.

De acordo com Guilherme Simões, um dos líderes da manifestação, o encontro não foi o que o movimento esperava.

"Fomos recebidos por um funcionário da Presidência na recepção, que carimbou nossas reivindicações, nos deu uma cópia do protocolo e disse que vai enviar por fax para Dilma. É assim que a presidente trata o povo", disse Simões.

PROTESTO EM BRASÍLIA

Na véspera da abertura da Copa das Confederações, um grupo de 300 manifestantes isolou as vias próximas ao estádio Mané Garrincha, em Brasília, e ateou fogo a pneus em protesto contra o custo da obra. No sábado, às 16h, acontece o de abertura jogo da competição entre Brasil e Japão.

O protesto interditou as seis faixas em frente ao estádio e gerou uma nuvem de fumaça no centro da capital.

Os manifestantes reivindicam que o mesmo montante gasto pelo governo do Distrito Federal na construção do estádio seja investido em moradias populares.


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