Folha de S. Paulo


Governo federal está 'à disposição' para oferecer ajuda a SP em protestos, diz ministro

O ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) disse nesta quinta-feira (13) que o governo federal está "à disposição" para cooperar "no que for necessário" com o governo de São Paulo na contenção da série de protestos dos últimos dias na capital paulista.

"O governo federal está à disposição para aquilo que for necessário e for solicitado pelo governo do Estado de São Paulo ou por qualquer governo que acredite que nós possamos lutar nessa área", disse Cardozo.

Nesta quarta-feira (12), ele anunciou que pediu à Polícia Federal para analisar a onda de protestos violentos em São Paulo e no Rio de Janeiro. Nesta quinta, porém, ele disse que investigações de irregularidades por parte de manifestantes "são em princípio da ordem da polícia estadual, para apurar e investigar".

"É lamentável que ainda restem pessoas que não consigam perceber que, num Estado de direito, é legítima a manifestação, é legítimo que as pessoas expressem sua opinião, mas não é legítimo que pratiquem atos de violência, atos de vandalismo", disse.

PROTESTO

Manifestantes do protesto contra o aumento das tarifas chegaram à avenida Paulista, uma das mais importantes da cidade, durante a noite. A Tropa de Choque da Polícia Militar fecha os dois lados da via para evitar a passagem da passeata.

A badalada rua Augusta virou um campo de guerra, com forte repressão policial. A PM trabalha com o intuito de impedir aglomerações. Quando um grupo de cerca de 15 a 20 pessoas se forma, a tropa atira bombas para que sejam dispersados.

Em nota, o secretário da Segurança Pública de São Paulo, Fernando Grella Vieira, disse que lamenta os episódios e determinou a "abertura imediata de investigações, pela Corregedoria da PM, para apurar rigorosamente os fatos".

NEGOCIAÇÕES

Na quarta-feira (12), o Ministério Público de São Paulo reuniu-se com manifestantes do MPL (Movimento Passe Livre) --organizador dos protestos contra o aumento da tarifa do transporte público-- e se comprometeu a marcar uma reunião com Alckmin e com o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), para negociar uma suspensão, por 45 dias, do valor da nova tarifa de R$ 3,20. Antes do aumento, a tarifa de ônibus, metrô e trens custava R$ 3.

Hoje, o governador Geraldo Alckmin (PSDB), porém, descartou a possibilidade de suspender o aumento das tarifas pelo período. Procurada, a gestão Fernando Haddad (PT) ainda não se manifestou se aceitaria a proposta do Ministério Público.

"Quanto a reduzir o valor da passagem, não há possibilidade", afirmou o governador, que foi a Santos com o secretário de Segurança Pública, Fernando Grella, inaugurar uma delegacia e anunciar investimentos em segurança na região. "O reajuste foi menor que a inflação, tanto nos trens e metrô quanto nos ônibus", disse Alckmin.

O prefeito Fernando Haddad (PT) também disse que não reduzirá a tarifa de ônibus. Ele reafirmou que o aumento de R$ 3 para R$ 3,20 ficou abaixo da inflação e que cumpriu compromisso de sua campanha.


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