Folha de S. Paulo


Greve de funcionários da CPTM afeta linhas em São Paulo

Uma greve de funcionários da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) afeta ao menos três das seis linhas na manhã desta quinta-feira (13) na Grande São Paulo.

Parte dos funcionários da empresa decidiu, em assembleia realizada na noite de ontem (12), iniciar a paralisação por tempo indeterminado.

Greve de funcionários da CPTM afeta três linhas; envie foto ou relato

Segundo a CPTM, a linha 9-esmeralda, que liga Osasco ao Grajaú, está com paralisação total. Para o trecho entre as estações Pinheiros e Grajaú, a empresa acionou 95 ônibus da operação Paese (Plano de Apoio entre Empresas em Situação de Emergência). Quem utiliza as estações no trecho entre Pinheiros e Osasco não terá o apoio do Paese.

Na linha 11-coral, apenas os trens do Expresso Leste estão circulando, entre as estações Luz e Guaianazes. A ligação entre Guaianazes e a estação Estudantes, em Mogi das Cruzes, será feita por 90 ônibus do Paese.

Já na linha 12-safira, a circulação de trens ocorre somente entre as estações Brás e Itaim Paulista. Nesta linha, foram montados dois esquemas de Paese: um entre Itaquaquecetuba e Itaim Paulista, com 60 coletivos, e outro com 20 ônibus entre Itaquaquecetuba e Poá.

As linhas 7-rubi, 8-diamante e 10-turquesa operam normalmente, segundo a CPTM.

De acordo com Leonildo Canabrava, presidente do Sindicato dos Ferroviários da Central do Brasil --que opera as linhas 11-coral e 12-safira--, os maquinistas não tomarão suas posições até que uma data para negociação no TRT (Tribunal Regional do Trabalh) seja definida. "A CPTM colocou algumas composições para funcionar, elas estão saindo a cada 15 minutos, porém as pessoas que conduzem o trem não estão habilitadas para fazer este serviço. A companhia está sendo negligente", disse Canabrava.

Ontem, a SPTrans (empresa que gerencia o transporte municipal) informou que, devido à greve, toda a frota de ônibus da cidade irá operar em regime de horário de pico durante todo o dia, o que corresponde a 15 mil veículos disponíveis. Em nota, ela destacou que também haverá reforço nas linhas que circulam por ramais atendidos pelos trens da CPTM.

O Metrô afirmou que irá estender o horário horário de pico em todas as linhas do Metrô, garantindo a frota máxima e trens por mais tempo. A companhia também reforçará o número de funcionários nas estações, principalmente na Sé e nas linhas 3-vermelha e 5-lilás, para organizar o acesso ao sistema e garantir a segurança dos usuários.

Já o rodízio de veículos vai funcionar normalmente, segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego).

REIVINDICAÇÕES

A categoria reivindica reajuste salarial, aumento no vale-alimentação, mudanças no plano de carreira, entre outros. O Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona Sorocabana --que opera as linhas 9-esmeralda e 8-diamante-- e o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona da Central do Brasil fizeram diversas reuniões para tentar fechar um acordo, mas nada foi acertado.

As linhas 7-rubi e 10-turquesa são atendidas pelos sindicatos dos Engenheiros no Estado de São Paulo e dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias de São Paulo, que já fecharam um acordo com a companhia

Em nota, a CPTM afirmou ontem que considera irresponsável a decisão de greve. A companhia aponta ainda que o TRT (Tribunal Regional do Trabalho) determinou que os empregados mantenham 100% da operação nos horários entre 6h e 9h e das 16h às 19h, e nos demais horários 75% da operação ferroviária.

O descumprimento da ordem judicial implicará em multa diária no valor de R$ 100 mil a ser revertida em favor do Hospital São Paulo, Hospital das Clínicas e Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.

Uma nova assembleia da categoria está marcada para as 14h de quinta-feira, na estação Luz, quando a categoria vai discutir a continuidade da paralisação. Em caso de novas propostas da CPTM, os funcionários podem retomar os trabalhos em seguida.

Editoria de Arte/Folhapress

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