Folha de S. Paulo


Funcionários da CPTM decidem entrar em greve a partir de quinta

Parte dos funcionários da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) decidiu, em assembleia realizada na noite desta quarta, iniciar uma greve por tempo indeterminado, à partir da 0h de quinta-feira (13). Com isso, as linhas 8-diamante, 9-esmeralda, 11-coral e 12-safira não deverão funcionar.

A categoria reivindica reajuste salarial, aumento no vale-alimentação, mudanças no plano de carreira, entre outros. O Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona Sorocabana e o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona da Central do Brasil, responsáveis pelas outras quatro linhas, fizeram diversas reuniões para tentar fechar um acordo, mas nada foi acertado.

Com isso, apenas as linhas 7-rubi e 10-turquesa devem funcionar normalmente, uma vez que são atendidas pelos sindicatos Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo e o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias de São Paulo, que já fecharam um acordo com a companhia.

A SPTrans (empresa que gerencia o transporte municipal) informou que, devido à greve, toda a frota de ônibus da cidade irá operar em regime de horário de pico durante todo o dia, o que corresponde a 15 mil veículos disponíveis. Em nota, ela destacou que também haverá reforço nas linhas que circulam por ramais atendidos pelos trens da CPTM.

O Metrô afirmou que irá estender o horário horário de pico em todas as linhas do Metrô, garantindo a frota máxima e trens por mais tempo. A companhia também reforçará o número de funcionários nas estações, principalmente na Sé e nas linhas 3-vermelha e 5-lilás, para organizar o acesso ao sistema e garantir a segurança dos usuários.

Já o rodízio de veículos vai funcionar normalmente, segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego).

Segundo José Floriano de Araújo Júnior, diretor do sindicato da Central do Brasil, foi fechado consenso relativo ao reajuste salarial, que ficaria em cerca de 8,5%, sendo 5,9% do IPC-Fipe e mais 2,5% da produtividade, mas outros pontos --como vale-alimentação e plano de carreira-- não tiveram acordo.

Em nota, a CPTM afirmou que considera irresponsável a decisão de greve. A companhia aponta ainda que o TRT (Tribunal Regional do Trabalho) determinou que os empregados mantenham 100% da operação nos horários entre 6h e 9h e das 16h às 19h, e nos demais horários 75% da operação ferroviária.

Araújo Júnior disse que o sindicato da Central do Brasil "tentará cumprir" o percentual estipulado. Já representantes do Sorocabana afirmaram que não seguirão a ordem do TRT.

O descumprimento da ordem judicial implicará em multa diária no valor de R$ 100 mil a ser revertida em favor do Hospital São Paulo, Hospital das Clínicas e Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.

Uma nova assembleia da categoria está marcada para as 14h de quinta-feira, na estação Luz, quando a categoria vai discutir a continuidade da paralisação. Em caso de novas propostas da CPTM, os funcionários podem retomar os trabalhos em seguida.


Endereço da página: