Folha de S. Paulo


Manifestantes fecham pista da Paulista e voltam a entrar em confronto

O grupo que protesta contra o aumento das passagens de ônibus voltou a entrar em confronto com a Polícia Militar na avenida Paulista, na região central de São Paulo, na noite desta terça-feira. Um outro confronto já tinha ocorrido mais cedo quando o grupo invadiu o terminal Parque Dom Pedro 2º.

Por volta das 21h50, os manifestantes colocaram fogo em lixo para fechar a pista sentido Paraíso da Paulista. Eles quebraram vidros de agências do Itaú, do Bradesco e da estação Trianon-Masp do metrô, que teve a entrada fechada. Ônibus, orelhões, lojas e base da PM também foram vandalizados. A polícia usa bombas de gás lacrimogêneo contra eles.

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O grupo protesta desde a tarde desta terça-feira e chegou a entrar em confronto com a Polícia Militar após a invasão do terminal Parque Dom Pedro 2º.

Os manifestantes seguiram para a praça da Sé após o confronto, onde houve uma divisão em vários grupos menores. Um deles seguiu pela avenida Brigadeiro Luís Antônio em direção à Paulista. No percurso, algumas pessoas quebraram os vidros de ao menos três agências bancárias, que também foram pichadas.

Ao menos oito pessoas foram detidas no protesto. Entre eles estão um rapaz que jogava pedras e coquetel molotov contra PMs durante o confronto; um ciclista detido no início do protesto, quando tentou invadir a única faixa que estava liberada na Consolação; e um rapaz que pichava muros na ligação leste-oeste.

Ao menos dois ônibus foram parcialmente incendiados pelos manifestantes e vários outros que estavam no terminal foram pichados por um grupo que conseguiu entrar no terminal Parque Dom Pedro 2º. Houve correria no local. Vários outros atos de vandalismo foram registrados no percurso do grupo.

"Eu estava com 15 passageiros, o pessoal de capuz ameaçou atear fogo. Pedi para o pessoal sair e aí eles destruíram todo o ônibus. Meteram pedra de cima abaixo", disse o motorista de um veículo da linha 435 da EMTU (Diadema-25 de Março).

"Enquanto eu negociava com dois que diziam ser líderes do movimento, outro grupo começou a agredir os policiais. Eu mesmo levei uma paulada na perna", disse o tenente-coronel Marcelo Pignatari, comandante da operação.

Esse é o terceiro protesto feito contra o aumento das passagens de ônibus em menos de uma semana. Na quinta-feira, manifestantes liderados pelo Movimento Passe Livre fecharam avenidas como a Nove de Julho, a 23 de Maio e a Paulista. Houve confronto com a PM e os manifestantes deixaram um rastro de vandalismo.

A passagem foi reajustada de R$ 3 para R$ 3,20 no último dia 2. A inflação desde o último aumento nos ônibus da capital, em janeiro de 2011, foi de 15,5%, de acordo com o IPCA (índice oficial, calculado pelo IBGE). No caso do Metrô e dos trens, o último reajuste ocorreu em fevereiro de 2012. Se optassem por repor toda a inflação oficial, a gestão Fernando Haddad (PT) teria de elevar a tarifa para R$ 3,47 e o governo Alckmin, para R$ 3,24.


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