Folha de S. Paulo


Grupo atira pedras contra PMs após manifestante ser detido por pichação

Um grupo de manifestantes atirou pedras em policiais militares após a detenção de um rapaz que participava do protesto contra o aumento da tarifas de ônibus na noite desta terça-feira, na região central de São Paulo. O jovem foi detido, segundo a polícia, por ter pichado um muro durante a manifestação.

Os manifestantes, cerca de 5.000 segundo a PM, seguiam em direção à prefeitura mas acabaram seguindo para a ligação leste-oeste. A PM, porém, fez uma barreira na ligação e no acesso à avenida 23 de Maio. Com isso, o grupo seguiu em direção à Liberdade.

Mesmo sob chuva, manifestantes mantêm passeata contra tarifas
Metrô reforça segurança nas entradas das estações da Paulista

Mais cedo, um homem já tinha sido detido na Consolação quando tentou invadir o cerco da polícia e bloquear a única faixa da rua que permanecia livre para o tráfego. Outros manifestantes tentaram interceder com a polícia para que ele foi solto, o que provocou um princípio de confusão.

Durante todo o percurso, os manifestantes fazem pichações em muros, ruas e ônibus. Apesar disso, o protesto é pacífico. Mesmo com as pedras atiradas pelos manifestantes, a polícia não usou bombas de gás de lacrimogêneo. Mas o rapaz detido chegou a ser chutado pelos policiais.

PASSEATA

O grupo se concentrou na praça do Ciclista, na avenida Paulista, de onde saiu em passeata. O caminho escolhido pelos manifestantes contrariou o pedido da Polícia Militar, que pediu ao grupo que descesse pela rua Augusta.

Na Paulista, o protesto provocou o reforço da segurança na entradas das estações de metrô. Na manifestação da última quinta-feira (6), grupos chegaram a quebrar vidros, que continuam quebrados ainda hoje, apesar de terem ganhado um reforço. Na ocasião, o Metrô estimou prejuízo de R$ 73 mil.

Além da segurança reforçada no metrô, alguns prédios como o Safra, na esquina com a rua Augusta, colocaram grades diante da entrada, para evitar a aproximação dos manifestantes. Algumas empresas também liberaram os funcionários mais cedo para evitar o protesto.

Esse é o terceiro protesto feito contra o aumento das passagens de ônibus em menos de uma semana. Na quinta-feira, manifestantes liderados pelo Movimento Passe Livre fecharam avenidas como a Nove de Julho, a 23 de Maio e a Paulista. Houve confronto com a PM e os manifestantes deixaram um rastro de vandalismo.

A passagem foi reajustada de R$ 3 para R$ 3,20 no último dia 2. A inflação desde o último aumento nos ônibus da capital, em janeiro de 2011, foi de 15,5%, de acordo com o IPCA (índice oficial, calculado pelo IBGE). No caso do Metrô e dos trens, o último reajuste ocorreu em fevereiro de 2012. Se optassem por repor toda a inflação oficial, a gestão Fernando Haddad (PT) teria de elevar a tarifa para R$ 3,47 e o governo Alckmin, para R$ 3,24.


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