Folha de S. Paulo


Haddad diz que aumento da tarifa de ônibus elevou rejeição

Em viagem a Paris, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), atribuiu o crescimento da sua rejeição - de 14% para 21% dos paulistanos entre abril e junho, segundo o Datafolha - ao aumento dos preços da passagem de ônibus.

Segundo a pesquisa, que ouviu 1.066 pessoas nos dias 6 e 7 de junho, 34% consideram a administração Haddad ótima ou boa, 42% regular e 21% ruim ou péssimo. Conforme o levantamento, 58% dos entrevistados consideram que o petista fez menos do que esperavam. Em abril, eram 49%.

"[A minha avaliação] é a melhor da série histórica. O crescimento da rejeição ocorreu em uma semana em que foi anunciado um aumento da tarifa do ônibus, que é sempre um assunto muito delicado para qualquer prefeito", disse Haddad, na Embaixada do Brasil em Paris.

Haddad é o melhor avaliado desde a volta das eleições diretas para prefeito. Seu índice de aprovação supera o de todos os antecessores, também medido pelo Datafolha, em período idêntico no cargo.

A passagem foi reajustada de R$ 3 para R$ 3,20 no último dia 2. A inflação desde o último aumento, em janeiro de 2011, foi de 15,5%, de acordo com o IPCA (índice oficial, calculado pelo IBGE). "A semana da tarifa é uma semana atípica no ano. É uma em 52 semanas". O prefeito viajou à França para defender a candidatura de São Paulo à Expo 2020.

Editoria de Arte/Folhapress

Em entrevista veiculada ontem no programa "TV Folha", o diretor geral do Datafolha, Mauro Paulino, afirmou que "a população está tomando conhecimento da gestão do Haddad e começa a tomar posição".

O primeiro dia da pesquisa foi anterior ao primeiro protesto contra o aumento da tarifa de ônibus; já o segundo captou as manifestações.

Houve violentos protestos contra o reajuste, incluindo confrontos dos manifestantes com a PM. Na quinta-feira (6) à noite, por exemplo, foram interditadas vias como 23 de Maio, Nove de Julho e Paulista.

Em maio, Haddad também enfrentou uma greve dos professores, que durou 23 dias.

Por outro lado, ele anunciou aumento do piso salarial dos servidores e novas regras para inspeção veicular, que deixará de ser anual para começar a ser cobrada a partir do 4º ano de licenciamento.

Entre moradores com renda familiar de até dois salários mínimos, 37% entendem que a gestão Haddad é ótima. Já entre os com renda superior a dez salários mínimos, a proporção é de 22%.


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