Folha de S. Paulo


Com protesto e confronto, shopping Pátio Paulista é fechado

O shopping Pátio Paulista foi fechado na noite desta quinta-feira durante o protesto contra o aumento das tarifas de ônibus. A manifestação terminou em confronto na região da avenida Paulista, no centro de São Paulo.

Segundo a assessoria do shopping, o centro comercial fechou por volta das 21h10 --50 minutos antes do normal--, quando um grupo de manifestantes entrou no local e acabou danificando um dos dois carros que estavam expostos na entrada, como parte da promoção de Dia dos Namorados.

Manifestantes deixam rastro de vandalismo na região central de SP
Com confronto, comerciantes fecham as portas na região da Paulista
Ao menos 30 pessoas se feriram em protesto, dizem manifestantes

Todos os acessos ao shopping foram fechados. As pessoas que estavam no centro comercial foram orientadas a sair pela entrada na rua Maestro Cardim. Já quem tinha o carro no estacionamento e não estava no local pôde entrar pelo mesmo local para retirar os veículos.

Além do shopping, outros estabelecimentos da região da Paulista também fecharam as portas devido ao confronto. "Aqui não vai entrar", disse o funcionário de um bar, com um ferro na mão. "A PM não faz nada. Tem que descer a borracha", afirmou ele.

Segundo a Polícia Militar, os manifestantes atearam fogo em caixas de madeira em três pontos da 23 de Maio, quebraram placas de sinalização, invadiram o terminal Bandeira e picharam ônibus. Houve ainda atos de vandalismo contra ao menos uma banca de jornal na Paulista. Parte das bancas foram destruídas e revistas e jornais foram espalhados pela calçada.

O Metrô informou, em nota, que os vidros dos acessos às estações Brigadeiro e Trianon-Masp, da linha 2-verde, e houve vandalismo também na estação Vergueiro, na linha 1-azul. As ações nessa última resultaram ainda em um segurança do metrô ferido.

As três estações e a estação Consolação chegaram a fechar durante o protesto. Apesar disso, o sistema funcionou normalmente. O cálculo de todos os prejuízos sofridos pelo metrô ainda serão calculados.

"O Departamento Jurídico da Companhia vai estudar formas de responsabilizar os autores desses atos que causaram danos patrimoniais e colocaram em risco os usuários do sistema", acrescentou ainda a nota.

Organizadores do protesto disseram que parte dos manifestantes pichou alguns estabelecimentos e ruas durante o protesto, mas argumentou que não era possível controlar toda a multidão. Segundo eles, cerca 6.000 participaram do protesto. Já a PM aponta que eram cerca de 2.000 manifestantes.

Para conter o movimento, a PM usou gás lacrimogênio e tiros de bala de borracha já na avenida Paulista, o que provocou correria. Os organizadores apontam que ao menos 30 pessoas ficaram feridas.

O mesmo grupo que protestou nesta quinta-feira planeja fazer uma nova manifestação às 17h de sexta-feira (7) no largo da Batata, região de Pinheiros, na zona oeste de São Paulo.

REAJUSTE

As passagens dos ônibus, metrô e dos trens da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), que eram R$ 3, foram reajustadas para R$ 3,20 no último domingo (2). O reajuste foi de 6,7%. No caso do ônibus, cujo valor da passagem não era corrigida desde janeiro de 2011, o valor ficou bem abaixo da inflação acumulada no período.

O IPCA, medido pelo IBGE e base da inflação oficial, acumulou 15,5% desde o último aumento da tarifa. O IPC, da Fipe-USP, 12,8%. Os índices foram calculados até abril --os números de maio não foram fechados.

No caso do Metrô e dos trens, o último reajuste ocorreu em fevereiro de 2012. Desde então, o IPCA acumulou 7,8%, e o IPC, 5,9%.


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