Folha de S. Paulo


Turista alemão é transferido para casa de saúde na zona sul do Rio

O turista alemão Frank Daniel Baijaim, 25, baleado na última sexta-feira (31) quando visitava a favela da Rocinha com um amigo, foi transferido na tarde desta terça-feira do Hospital Miguel Couto, na Gávea, para a Casa de Saúde São José, no Humaitá.

O paciente já havia deixado, na noite de segunda-feira (3), a Unidade Semi-Intensiva e foi transferido para a enfermaria após seu estado de saúde evoluir satisfatoriamente.

O diretor do Hospital Miguel Couto, Luiz Alexandre Essinger, disse que a transferência de ambulância foi autorizada porque o paciente está sem febre, tirou os drenos que estavam no tórax e na barriga e está se alimentando normalmente, por via oral. "Ele está lúcido, falando e andando normalmente pelo hospital", disse o médico.

A transferência foi negociada pelo Consulado Britânico no Rio e pela irmã da vítima, Katlen Frank, 20. Baijaim tem um seguro internacional de saúde e foi levado, pouco antes das 17h, para a Casa de Saúde São José, no Humaitá, zona sul carioca.

O médico Luiz Essinger avaliou que o paciente necessita ficar em observação, tomando antibiótico, e se permanecer sem febre poderá ter alta nos próximos dois ou três dias.

O diretor do Miguel Couto disse que o alemão chegou ao hospital no dia do crime sangrando muito e foi direto para a mesa de cirurgia. O tiro perfurou o fígado, o pulmão e o baço, e ele precisou passar por uma cirurgia, que durou três horas.

"O tiro seccionou o fígado ao meio e o tempo mais demorado foi para estancar o sangramento do fígado. Um dos drenos foi colocado no hemotórax para retirar o sangue acumulado na pleura e o outro na barriga para drenar o sangue do fígado e a bile [que é um fluído produzido pelo fígado]", explicou.

SUSPEITO

Um adolescente de 15 anos que foi detido no último domingo (2) sob suspeita de fazer o disparo contra o alemão. Ele se apresentou na UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) da Rocinha, mas, posteriormente, afirmou que foi obrigado a assumir o crime.

Em depoimento na Deat (Delegacia Especial de Atendimento ao Turista), o jovem entrou várias vezes em contradição, segundo o delegado Alexandre Braga. No fim do depoimento admitiu ter sido coagido, mas ele não revelou por quem.

Após a afirmação do garoto, o secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, afirmou que é a favor da redução da maioridade penal. "Está na hora do nosso legislador dar uma resposta objetiva e concreta à sociedade", completou Beltrame.


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