Folha de S. Paulo


Policiais da capital de SP auxiliam investigação de dentista queimado

Policiais do Deic (departamento que investiga o crime organizado) e do DHPP (departamento de homicídios) de São Paulo chegaram a São José dos Campos (a 97 km da capital) para auxiliar a polícia local a identificar os criminosos que atearam fogo em um dentista na noite de segunda-feira (27).

O dentista Alexandre Peçanha Gaddy, 41, está internado na Santa Casa em estado grave com 60% do corpo queimados. Segundo a direção do hospital, ele corre risco de morrer.

Dentista queimado no interior de SP corre risco de morte, diz hospital
Bandidos trancaram dentista no banheiro e atearam fogo em cômodo

Editoria de Arte/Folhapress

Antes de ser internado, ainda consciente, contou às pessoas que o socorreram que dois homens encapuzados entraram em seu consultório para roubá-lo e acabaram ateando fogo nele.

Nada foi levado. A polícia trabalha com a hipótese de que os gritos de Gaddy assustaram os ladrões, que acabaram partindo às pressas sem levar nada. Um tio, a irmão e a mulher de Gaddy estiveram no consultório no início da noite desta terça-feira (28) acompanhando o trabalho dos policiais civis.

"Acho que foi um assalto, mas não posso afirmar com certeza. A polícia é que vai dizer", disse a irmã do dentista, Christianne Peçanha Gaddy, 40.

Reprodução/Facebook
O dentista Alexandre Peçanha Gaddy, que teve cerca de 60% do corpo queimado durante assalto a seu consultório no interior de SP
Dentista Alexandre Peçanha Gaddy, que teve cerca de 60% do corpo queimado durante assalto a seu consultório no interior de SP

Entre as questões que precisam ser esclarecidas está o motivo de os criminosos terem levado o dentista ao banheiro e ateado fogo, a forma como a dupla entrou no consultório --pois não havia sinais de arrombamento-- e por que os documentos pessoais de Gaddy foram queimados e jogados no lixo do banheiro.

"A princípio, descartamos a hipótese de crime passional ou vingança. Mas vamos aguardar as investigações", disse o delegado titular da Delegacia de Investigações Gerais da cidade, Osmar Henrique de Oliveira.

A polícia local trabalha com a hipótese de latrocínio. Já o DHPP, que mandou quatro policiais para a cidade, estranhou o fato de que nada foi levado do consultório e, nas palavras de um policial, que a tampa da garrafa de álcool foi cuidadosamente colocada sobre a pia, e não jogada ao chão, num gesto incomum em um cenário de fuga dos criminosos.

O DHPP não descarta nenhuma possibilidade na investigação: vingança, crime passional, latrocínio ou até mesmo tentativa de suicídio.

A polícia busca imagens de câmeras de imóveis vizinhos e do COI (Centro de Operações Integrado) da prefeitura, que tem câmeras na rua em frente ao consultório, para tentar identificar os responsáveis pelo ataque. Segundo o delegado seccional, não havia pistas até o início da noite desta terça-feira.


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