Folha de S. Paulo


PF decide não investigar empresário suspeito de financiar Hizbullah

A Polícia Federal no Paraná decidiu que, por ora, não irá investigar a suposta ligação de um comerciante de Curitiba com o grupo extremista libanês Hizbullah, por "falta de elementos".

As suspeitas sobre Hamze Ahmad Barakat, 50, preso na semana passada pela Polícia Civil do Paraná acusado de aplicar golpes de R$ 10 milhões em indústrias de vestuário, foram levantadas pelo Departamento de Justiça dos EUA, em 2006.

Libanês é preso sob suspeita de aplicar golpes; prejuízo chega a R$ 10 mi

As acusações dizem respeito à época em que Barakat morou em Foz do Iguaçu, por um período de dez anos (até o início dos anos 2000). Ele tinha uma loja de eletrônicos em um shopping de Ciudad del Este, no Paraguai.

Segundo informes do governo norte-americano, Barakat é membro do Hizbullah e traficava drogas, armas e explosivos em favor do grupo. Seu irmão, Assad Ahmad Barakat, também morador de Foz do Iguaçu, foi acusado de ser "um dos mais proeminentes membros" da facção.

Barakat nega qualquer envolvimento com o grupo e levanta a possibilidade de que está sendo confundido com outra pessoa de mesmo sobrenome.

A antiga loja do libanês, que é naturalizado brasileiro, em Ciudad del Este, chegou a sofrer embargo do governo dos EUA, que proibiu que cidadãos norte-americanos fizessem compras no local.

Para a PF, a abertura de inquérito sobre o suposto vínculo do comerciante com o Hizbullah depende da coleta de provas pela Polícia Civil do Paraná, que ainda não encontrou nada que o ligue à facção.

GOLPE

Barakat mora em Curitiba há oito anos, onde tem pelo menos duas lojas de roupas e eletrônicos. Ele é acusado de abrir empresas em nome de "laranjas" e, por meio delas, fazer grandes compras de roupas e calçados, sem pagar.

O comerciante foi preso em flagrante na última quinta-feira, por receptação qualificada. Ele continua detido até pagamento de fiança, de 80 salários mínimos.

Ele nega as acusações. Seu advogado, Diefferson Meiado, diz que ele também é vítima do golpe e que tem notas fiscais de todas as mercadorias. "A acusação é muito frágil. Não existe nenhum documento, nenhuma duplicata vencida contra meu cliente", afirma.


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