Folha de S. Paulo


Bar sofre dois arrastões na mesma semana; vídeo mostra ação dos bandidos

Funcionários e clientes de um dos principais bares de São Paulo, o Empório Sagarana, na Vila Romana (zona oeste de SP), foram vítimas de dois arrastões somente nesta semana. O bar foi invadido por criminosos na segunda-feira (20) e na quarta-feira (23). O estabelecimento conta com 15 câmeras e registrou toda a ação dos bandidos. As imagens foram obtidas com exclusividade pela Folha.

Câmera de segurança flagra arrastão em bar da zona oeste de SP
Bar sofre arrastão pela segunda vez na zona oeste de São Paulo

De acordo com um gerente, que pede para não ser identificado temendo represálias, no primeiro roubo dois homens participaram da ação. Segundo ele, um dos suspeitos aparentando ter entre 45 e 50 anos entrou no local por volta das 19h e pediu um refrigerante e logo em seguida foi ao banheiro. "Assim que ele voltou do banheiro, um assaltante que aparentava ser menor de idade entrou armado e começou a roubar", conta o gerente.

Divulgação
Imagens dos suspeitos de participar do primeiro arrastão
Imagens dos suspeitos de participar do primeiro arrastão

Segundo ele, na segunda-feira o estabelecimento estava vazio com apenas um cliente e dois funcionários no salão. "Eles levaram o dinheiro do caixa, do cliente e o celular dele."

O gerente conta que os bandidos não chegaram a entrar na cozinha do bar, onde estavam mais três funcionários. Os donos do estabelecimento optaram em não chamar a polícia. O local, inaugurado em agosto de 2009, também foi alvo de dois arrastões em 2011.

O assaltante mais velho, segundo a vítima, não utilizou arma em nenhum momento, mas comandava o roubo feito pelo menor e recolhia os objetos. "Parece que era estratégia colocar o menor para assaltar porque, se ele for detido, nada acontecerá com ele", opina.

Veja vídeo

CASA LOTADA

O gerente conta que o pior assalto foi na quarta-feira, quando a casa estava lotada. Segundo ele, dois jovens entraram no local por volta das 20h30 e renderam cerca de 30 pessoas, entre eles, crianças e três promotores de Justiça que estavam no bar.

"Ficou todo mundo sentado, com as mãos para cima ou em cima das mesas. E eles gritando para as pessoas passarem joias, celulares, dinheiro, cartões", afirma.

A PM foi acionada pelas vítimas e chegou a fazer buscas, sem sucesso, na região atrás dos criminosos. O gerente conta que um dos clientes tinha um Iphone e que usaram um aplicativo para rastrear o equipamento.

"Acompanhamos todo o trajeto feito pelos assaltantes. O celular foi parar em uma favela na Brasilândia [zona norte de SP], mas a polícia não chegou a prender ninguém ninguém pois interromperam as buscas."

Segundo o gerente, ele decidiu acionar um policial do GOE (Grupo de Operações Especiais) que havia atendido a ocorrência do arrastão de 2011.

Uma equipe do GOE foi até a região e prendeu um suspeito com o celular. O detido, segundo a polícia, comprou o aparelho por R$ 20. Os criminosos que participaram dos dois assaltos não foram presos.

Procurada pela Folha, a PM ainda não se manifestou sobre o caso. De acordo com a Polícia Civil, nenhuma das vítimas registrou a ocorrência no 7º DP (Lapa) ou no 91º DP (Ceagesp), que são as delegacias responsáveis pela área onde fica o bar.


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