Depois de um ano do esquema de corrupção revelado pela Folha, Hussain Aref Saab não foi condenado e ainda recebe aposentadoria da prefeitura.
Aref é ex-diretor do Aprov (setor da prefeitura responsável por liberar construções), setor da prefeitura responsável pela aprovação de empreendimentos imobiliários. Ele, sua mulher e sua empresa estão com os bens bloqueados.
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No dia 14 de maio de 2012, a Folha revelou esquema comandado por Hussain Aref Saab, ex-diretor do Aprov.
Construções de médio e grande porte eram autorizadas depois de pagamento de propina. Aref adquiriu 106 imóveis nos pouco mais de sete anos em que permaneceu no cargo. Ele é réu em ações das áreas criminal e civil.
Com renda mensal declarada de R$ 20 mil, entre rendimentos de aluguéis e salário bruto na prefeitura de R$ 9.400 (incluindo uma aposentadoria), o funcionário acumulou patrimônio superior a R$ 50 milhões.
Na época, em depoimento à Corregedoria, Aref não soube informar seu patrimônio.
No dia 17 de maio de 2012, o grupo especial do Ministério Público de São Paulo que investigava a lavagem de dinheiro abriu inquérito para apurar a origem dos bens de Aref.
Na época, a Promotoria disse que utilizaria na investigação os casos revelados pela Folha de suposta ligação entre imóveis adquiridos pelo servidor e aprovação de processos de responsabilidade do setor ligado a Aref.
A defesa do ex-diretor informou que todos os bens dele estavam declarados aos órgãos competentes e as compras ocorreram de forma lícita.
No dia 14 de junho de 2012, uma ex-diretora financeira da BGE, empresa do grupo Brookfield, disse que a multinacional pagou, entre 2008 e 2010, R$ 1,6 milhão em propinas para liberar obras irregulares nos shoppings Higienópolis e Paulista, em SP.
Em entrevista à Folha, Daniela Gonzalez afirmou que a empresa que administra vários shoppings pagou propina a Aref e ao vereador Aurélio Miguel (PR).
Segundo Daniela, Aref recebeu suborno dos dois shoppings em vários momentos. Em um deles, no valor de R$ 133 mil, teria facilitado a liberação de obra no Higienópolis, apesar de o local não cumprir exigências legais.
No dia 26 de junho de 2012, a Folha destacou que a Justiça de São Paulo havia decretado o bloqueio dos bens de Aref.
A principal suspeita era que a explosão patrimonial tivese ocorrido com dinheiro proveniente de corrupção, já que a renda mensal declarada do ex-diretor era de R$ 20 mil.
Na época, a Justiça também concordou em bloquear os aluguéis dos imóveis de Aref e da empresa.