Um grupo invadiu na manhã desta terça-feira (14) a sede da Secretaria de Estado da Segurança Pública, no centro de São Paulo, para exigir do governo uma apuração em relação as chacinas ocorridas nos bairros periféricos da cidade nos últimos meses.
Cerca de 500 pessoas participam do protesto organizado por vários movimentos sociais, entre eles, o Periferia Ativa. Mães e parentes de vítimas também estão presentes para pedir a punição dos responsáveis por esses crimes.
Os manifestantes também exigem que, se for comprovada a participação de PMs nos crimes, os familiares das vítimas recebam uma indenização do Estado.
"É preciso que o Estado trate igualmente os familiares de policiais assassinados que estão recebendo indenização e os familiares das vítimas dos maus policiais, que não recebem nenhum apoio do governo", diz Guilherme Boulos, 30, da Periferia Ativa. Em março, a Assembleia Legislativa aprovou um projeto que permite que familiares de policiais assassinados ganhem indenização de até R$ 200 mil.
Um dos casos que foi citado no local foi a chacina ocorrida em 4 janeiro deste ano, no bairro do Campo Limpo (zona sul de São Paulo). Na ocorrência, sete pessoas morreram e duas foram baleadas. As polícias militar e civil abriram procedimento de investigação e prenderam cinco soldados da PM sob suspeita de participação no crime. Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria da Segurança Pública, "não serão tolerados desvios de conduta". De novembro até maio deste ano, pelo menos 20 policiais suspeitos de participação em grupos de extermínio foram presos.
Os manifestantes pedem ainda transparência nas investigações pois, segundo eles, não é divulgado quantos policiais foram presos acusados de participar dos grupos de extermínio.
O grupo resolveu deixar o prédio após cerca de 40 minutos após ser informado de que uma comissão seria recebida às 16h de hoje pelo secretário da Segurança Pública, Fernando Grella. Por volta das 11h, os manifestantes estavam na porta da secretaria.
| Marlene Bergamo/Folhapress | ||
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| Manifestantes invadiram prédio da Secretaria de Estado da Segurança Pública para pedir mais rigor na apuração de crimes |