Folha de S. Paulo


Reforma na Feira da Madrugada, em SP, deve levar até três meses

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), disse nesta quarta-feira que a reforma na Feira da Madrugada, na região central de São Paulo, deve demorar até três meses.

Feira da Madrugada será desocupada até o dia 9 de maio
Comerciantes denunciam corrupção na Feira da Madrugada

Ontem (30), foi assinado decreto que prevê a desocupação do local até o dia 9 de maio. A prefeitura disse que vai fazer contratação emergencial para a reforma --só na parte elétrica e hidráulica está previsto custo de R$ 1 milhão.

Hoje, Haddad disse que os comerciantes que dizem ser contra o fechamento da feira devem ter compreensão, pois o motivo são recomendações de segurança do Corpo de Bombeiros e do Ministério Público.

"O que é mais importante: a vida das pessoas ou dois, três meses de reforma para dar condição de segurança tanto pro comerciante quanto pro frequentador da feira? Vamos ter um pouco de bom senso e evitar o pior", disse.

O prefeito disse que a reforma será feita "da melhor forma possível" e que seguirá as determinações do Corpo de Bombeiros.

Haddad citou que a falta de segurança pode resultar em tragédia maior que a provocada pelo incêndio na boate Kiss, em Santa Maria (RS), que deixou 241 mortos.

"Nós tivemos uma desgraça em Santa Maria. A pergunta é: nós vamos aprender com a desgraça ou vamos repetir os erros? As pessoas têm que ter compreensão, nós não podemos repetir uma tragédia que comoveu o mundo inteiro. A tragédia que pode acontecer na Feirinha da Madrugada é de escala muito superior à que aconteceu na boate."

RETIRADA

A Feira da Madrugada é um centro de compras no Brás que atrai diariamente 25 mil pessoas, muitas delas de outros Estados. Ela é realizada desde 2004 num galpão de 137 mil m² da União --que cedeu o espaço à prefeitura.

De acordo com o Ministério Público, o galpão não tem equipamentos contra incêndio corretos e há alta concentração de materiais inflamáveis no espaço, que também é organizado de forma que dificulta a entrada de bombeiros.

Não há previsão para os cerca de 4.000 boxes serem transferidos para outro lugar. Uma equipe da prefeitura ainda estuda locais que possam abrigar temporariamente os comerciantes que atuam no espaço.

A prefeitura diz que pretende fazer um recadastramento dos comerciantes para, se possível, devolvê-los à área.

Sobre a retirada dos comerciantes, a prefeitura diz que "compôs um grupo de trabalho para estudar e organizar os procedimentos necessários para garantir a segurança do centro de compras e executar a ordem de fechamento". (ANDRÉ MONTEIRO)


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