Folha de S. Paulo


Responsável pelo empreendimento no Jockey nega irregularidade

A obra não está irregular, por ser uma construção temporária, e ela é fundamental para a sobrevivência do Jockey Club, segundo os parceiros do empreendimento.

Embargada, obra de casa de show no Jockey acumula multas

"Não é uma obra civil. Por isso, houve entendimento errado por parte da prefeitura que será revertido [na reunião da Secretaria de Habitação]", afirma Bazinho Ferraz, presidente da XYZ Live.

Como se trata de obra feita com estruturas metálicas e contêineres, sem fundações por estacas, ela está sujeita só à legislação que rege eventos temporários, segundo os administradores do projeto.

O que significa, segundo o empresário, que somente o Contru (Departamento de Controle do Uso de Imóveis) precisa aprovar a obra, antes de ela ser inaugurada.

A acústica do espaço, afirma Ferraz, será perfeita, sem incômodo para a vizinhança.

A empresa, diz, procurou as principais associações de vizinhos e ofereceu contrapartida. Entre os projetos está o monitoramento por câmeras de segurança de ruas e a iluminação de praças.

Outro compromisso assumido pela empresa responsável pela obra é que todo o público dos eventos vai estacionar seus carros dentro dos muros do Jockey Club. O sistema de pagamento escolhido, segundo ele, vai impedir que se formem filas na rua.

DÍVIDAS

A um ano de entregar o seu cargo, o presidente do Jockey Club, Eduardo da Rocha Azevedo, que também é dono de cavalos, defende a sua gestão à frente do clube.

"Estamos aqui para colocar as finanças em ordem", diz. "Quem está nos criticando já esteve aqui na direção e não fez nada. A situação hoje está 100% melhor."

Segundo Rocha Azevedo, a dívida caiu de R$ 420 milhões para R$ 200 milhões em dois anos. Metade do débito é federal e a outra metade, municipal. "Porque nós vendemos apostas, somos o único clube da cidade de São Paulo que pagamos IPTU."

"Somos tombados também, por causa do patrimônio histórico, mas não recebemos nada do governo para ajudar na preservação", afirma Rocha Azevedo.

Fora as dívidas herdadas, a conta mensal do clube está equilibrada. Em média, R$ 5 milhões entram e outros R$ 5 milhões saem. Metade da receita vem das corridas de cavalos, que voltaram a subir no último ano.

O dinheiro do aluguel da casa de espetáculos e da venda de um prédio, no centro, no mês que vem, será vital para o abatimento da dívida, explica Rocha Azevedo.

Editoria de Arte/Folhapress

Endereço da página:

Links no texto: