Folha de S. Paulo


Adolescente confessou ter ateado fogo na dentista, diz polícia

Um adolescente de 17 anos confessou, segundo a polícia, ter ateado fogo no corpo da dentista Cinthya Magaly Moutinho de Souza, 46, morta durante um assalto na última quinta-feira em seu consultório em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo.

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Além do jovem, que completará 18 anos em junho, a polícia deteve outros dois suspeitos de participação no crime, por volta das 3h deste sábado (26) na favela Santa Cruz, na divisa de Diadema e São Bernardo. Também foi apreendida uma pistola usada no crime.

Todos confessaram participação no assalto, segundo a polícia. Mas a responsabilidade por atear fogo foi assumida pelo menor de idade. Ele afirmou que estava sob efeito de cocaína.

Os outros dois presos são Victor Miguel Souza Silva, 24, que teve um retrato falado divulgado na tarde de ontem, e Jonatas Cassiano Araújo, 21, que havia sido filmado pelo sistema de segurança de um posto de combustíveis. Ele usou um carro de sua mãe, um Audi, no assalto.

Um quarto suspeito está foragido. Ele é Thiago de Jesus Pereira, de 25 anos, e também aparece em um retrato falado divulgado ontem.

Outros dois menores de idade que estavam com os suspeitos foram apreendidos --mas que não participaram no assalto.

Cinthya Magaly Moutinho de Souza, 46, foi abordada pelos assaltantes na última quinta, quando atendia um paciente em seu consultório. Dois integrantes do grupo ficaram no local e outros dois saíram para sacar dinheiro da conta bancária da dentista. Mas só conseguiram R$ 30.

O adolescente, segundo Elizabeth Sato, diretora do DHPP (departamento de homicídios), admitiu ter ateado fogo à dentista por ter "ficado irritado" ao saber que ela só tinha R$ 30 na conta.

Ela afirmou que ele e Victor jogaram álcool e ameaçaram a vítima com um isqueiro enquanto parte do grupo buscava um caixa eletrônico. A dentista estava amarrada, com as mãos para trás, quando foi queimada viva.

O jovem de 17 anos, de acordo com Sato, já teve passagem pela Fundação Casa (antiga Febem), para onde foi levado hoje novamente.

A polícia investiga a participação da quadrilha em outros seis casos, a maioria em clínicas odontológicas (eles confessaram quatro casos).

A delegada disse que os suspeitos têm um advogado, mas não revelou seu nome nem contato. (PEDRO IVO TOMÉ e JOSMAR JOZINO)


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