Folha de S. Paulo


Fábio Richieri Hanania (1981-2013) - Jovem oftalmologista, 1º na Fuvest

Na faculdade, chamavam-no de Brahma, por causa do slogan que dizia que a cerveja era a nº 1. É que Fábio Richieri Hanania constava na lista de aprovados da Fuvest de 1998 na primeira posição. Foi o melhor em medicina.

A vontade de se tornar médico vinha de pequeno e um dia fora compartilhada com os três irmãos. Quando criança, todos em casa queriam ser como os pais. Fábio era filho de uma cirurgiã e de um cardiologista que dá aulas na Faculdade de Medicina do ABC.

Era um rapaz muito solícito, como lembra a irmã Heloísa. Tinha jeito para médico.

Em 2004, formou-se na USP. Dos irmãos, só Heloísa, que já fez matemática, também entrou para a área --ela estuda medicina hoje. Fábio especializou-se em oftalmologia e começava um consultório próprio perto do metrô Santa Cruz.

Também atuava no Hospital das Clínicas, na Prevent Senior e, há poucos meses, entrara para a clínica de olhos Lode, na Vila Formosa, na zona leste de São Paulo.

Muito inteligente, falava francês, inglês, alemão, italiano, sueco, russo, espanhol e árabe. Adorava ver filmes e jogar PlayStation, o que ficou sem tempo de fazer após o nascimento das filhas Letícia, 2, e Melissa, de oito meses. Desde 2009, estava casado com Rachele, engenheira agrônoma.

No sábado (20), ia com a mulher e as filhas para Lavras (MG), onde passaria o fim de semana. Na altura do quilômetro 743 da Fernão Dias, perdeu o controle do carro. Morreu aos 31. A família diz ter ouvido de médicos que os hospitais de Três Corações (MG) recebem muitos acidentados no mesmo trecho da estrada. Mulher e filhas sobreviveram.

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