Folha de S. Paulo


André Villela Lomar (1947-2013) - Primeiro residente do Instituto Emílio Ribas

Desde que chegou a São Paulo, aos 22 anos, o mineiro André Villela Lomar não mais deixou de botar os pés no Instituto Emílio Ribas. Lá, o médico infectologista foi o primeiro residente, ajudou a fundar a UTI, que chefiou, e ocupou o cargo de diretor científico.

Neto de médico e filho de dentista, nasceu em Juiz de Fora, onde plantou um pau-brasil quando moleque na escola em que estudou, casou-se com Elizabeth, dona de casa, e se formou em medicina, na federal da cidade. Veio fazer residência na capital paulista e daqui não mais saiu.

Concluiu um mestrado na USP, sobre leptospirose, e presidiu as sociedades brasileira e pan-americana de infectologia. Foi ainda professor titular da Universidade de Mogi das Cruzes e trabalhou no Einstein, onde foi conselheiro e teve um consultório.

Membro do Grupo de Consenso em Terapia da Aids do Ministério da Saúde, acompanhou o tratamento da doença desde que os primeiros casos de aids foram notificados no Brasil, na década de 80.

Apaixonado por fotografia, ampliava suas melhores fotos para decorar seu consultório.

Também cantava no coral na paróquia Santa Suzana. É descrito pela família como um típico mineiro, que gostava de jogar conversa fora. Numa das visitas a Juiz de Fora, aproveitou para ver como estava a árvore que plantara.

Em novembro do ano passado, descobriu um câncer. Trabalhou até dezembro, depois de mais de 40 anos de dedicação ao Emílio Ribas.

Morreu na sexta (19), aos 65, devido à doença. Teve dois filhos e três netos. A missa do sétimo dia será hoje, às 10h, no anfiteatro do Emílio Ribas.


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