Folha de S. Paulo


Aloysio Albuquerque de Oliveira (1947-2013) - Um diretor de fotografia requisitado

Aloysio Raulino não era apenas um trabalhador do cinema, como conta o filho Gustavo, o Guga. Era alguém que pensava sobre seu ofício.

Diretor de fotografia requisitado, ajudou a fundar a ABD (Associação Brasileira de Documentaristas) e presidiu a Comissão Estadual de Cinema, como lembra a irmã, Berenice, que trabalhou como atriz no único longa do irmão, o "Noites Paraguaias" (1982).

Nascido no Rio, filho de um engenheiro militar e de uma professora, Aloysio morou em Volta Redonda e veio criança para São Paulo. Antes do cinema, foi revisor de traduções.

Formou-se, nos anos 70, na primeira turma de cinema da ECA-USP, onde, na década de 90, seria professor. Muitos de seus alunos acabariam se tornando colegas de trabalho.

Como o diretor Paulo Sacramento, com quem trabalhou em "O Prisioneiro da Grade de Ferro" (2004). O filme tem boa parte das imagens captadas por presos. Aloysio organizou oficinas com os detentos do Carandiru para o projeto.

Orgulhava-se de ter trabalhado em "Serras da Desordem" (2006), de Andrea Tonacci, como lembra a irmã. Foi diretor de fotografia em "O Homem que Virou Suco" (1981), "Cartola - Música Para os Olhos" (2007) e o recém-lançado "Coração do Brasil".

Segundo Guga, seu pai era engraçado e dono de um humor inteligente. Não gostava de computador e havia escrito em seu celular um livro de poemas, que pretendia lançar.

Vivia andando pela Vila Madalena, na zona oeste de São Paulo. Na madrugada de quinta (18), foi encontrado caído na rua. Morreu aos 66. A família desconhece a causa, mas suspeita de uma parada cardíaca. Deixa dois filhos.

coluna.obituario@uol.com.br


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