Folha de S. Paulo


Defesa de Bola questiona o não indiciamento de outro suspeito

Ana Maria dos Santos, que estava entre os delegados da Polícia Civil de Minas encarregados da investigação do desaparecimento e morte de Eliza Samudio, afirmou perante os jurados que o policial aposentado José Lauriano de Assis Filho, o Zezé, não foi indiciado porque não havia "fundamentação".

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A resposta da delegada foi dada aos insistentes questionamentos do advogado Ércio Quaresma, que cuida da defesa do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, sobre o envolvimento de Zezé no caso. Na quebra do sigilo telefônico dos envolvidos, aparecem cerca de 50 ligações envolvendo Zezé.

O policial aposentado, contudo, ficou de fora dos indiciamentos.

Por esse motivo, a defesa de Bola vai alegar no julgamento que começou hoje que há uma "perseguição" ao réu por parte da polícia. O advogado insistiu e reforçou sempre as 50 ligações envolvendo Zezé e réus do caso. Apenas as ligações de Bola foram citadas pela polícia para fazer o indiciamento.

O promotor Henry Castro pediu em janeiro deste ano nova investigação contra Zezé, além de um outro policial ligado a Bola. As investigações mostraram que Zezé trocou 37 telefonemas e mensagens com os principais do caso na véspera, dia e após a morte de Eliza.

Castro tem dito que Zezé sempre foi suspeito, mas que os indícios não eram satisfatórios. Segundo ele, assim que a polícia concluir a nova investigação, que corre em sigilo, haverá a denúncia do policial aposentado.

INSISTÊNCIA

Foram muitas as questões feitas pelo advogado envolvendo as ligações telefônicas de Zezé. Ele disse que Zezé prestou longo depoimento à polícia sobre o caso, conforme consta nos autos, mas não foi questionado sobre as ligações.

Inicialmente a delegada afirmou que "não estava bastante fundamentada" a participação de Zezé. E sobre as quebras de sigilo, afirmou que "não estava esclarecido se a quebra estava relacionada aos autos" no momento do depoimento tomado do policial aposentado.

Ana Maria também disse não saber quem na polícia ficou responsável de fazer o relatório da quebra dos sigilos telefônicos.


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