Folha de S. Paulo


Defesa de Bola gasta tempo com preliminares e arrasta acusação

A defesa do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, vem conseguindo neste primeiro dia de julgamento protelar ao máximo os trabalhos presididos pela juíza Marixa Rodrigues. De quebra, ele arrastou o promotor Henry Castr

Defesa de Bola tentar demonstrar "perseguição"
Manifestantes fazem protesto na porta do fórum onde Bola é julgado
Juíza mantém júri de Bola; oficial de Justiça vai buscar testemunha que faltou
Defesa de Bola tenta conseguir suspensão de julgamento

O advogado Ércio Quaresma, que tem dito que vai prolongar o julgamento por até "dez dias", usou os 45 minutos que teve direito para apresentar as suas preliminares, que são os pedidos e as contestações antes mesmo de ser formado o conselho de sentença.

Com isso, o promotor também acabou usando todo o seu tempo disponibilizado, afirmando que a defesa usa o tempo para pedidos preliminares para debater a causa de forma antecipada.

Somente com as preliminares, foram gastos 1h30min. Como a defesa também requereu a presença de uma testemunha que não tinha comparecido, alegando que ela era imprescindível, os trabalhos da manhã ficaram praticamente parados até um oficial de Justiça a localizasse em Belo Horizonte.

Quanto aos pedidos, o promotor pediu que não sejam apresentados os vídeos que a defesa quer apresentar, com imagens de Bola fazendo treinamento militar.

Alega o Ministério Público que as imagens são "intimidatórias", ou seja, seriam usadas para tentar impressionar e assustar os jurados, de forma a conseguir a absolvição por esse meio.

Por parte da defesa, Quaresma pediu que seja retirado do processo a certidão de óbito de Eliza Samudio, expedida em janeiro passado. A certidão aponta como local da morte a casa de Bola em Vespasiano (MG). Para o advogado, a certidão pode interferir na decisão dos jurados.

Sobre isso, o promotor afirmou que o documento foi emitido depois da confissão da morte de Eliza por asfixia feita pelo ex-secretário de Bruno, Luiz Henrique Romão, o Macarrão (condenado a 15 anos), fato confirmado depois pelo ex-goleiro Bruno Fernandes de Souza (condenado a 22 anos e três meses).

A juíza Marixa Rodrigues deu intervalo de uma hora de almoço. Somente após o intervalo ela vai se posicionar sobre os pedidos e formar o conselho de sentença.


Endereço da página:

Links no texto: