Folha de S. Paulo


Defesa de Bola arrola testemunhas para tentar demonstrar "perseguição"

A defesa de Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, arrolou como testemunhas três delegados que conduziram o inquérito do desaparecimento e morte de Eliza Samudio, além de um deputado estadual e um jornalista.

Os delegados são Alessandra Wilke, Ana Maria Santos e Edson Moreira, então chefe do Departamento de Investigações da Polícia Civil de Minas Gerais. A tese da defesa é tentar mostrar que houve "perseguição" contra o ex-policial Bola.

Para reforçar essa tese, o jornalista José Cleves da Silva foi arrolado como testemunha. Ele foi absolvido por um júri em Minas após ter sido denunciado por ter matado a mulher, a partir do indiciamento feito pelo delegado Edson Moreira. Cleves era repórter policial e se diz perseguido por Moreira.

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O jornalista chegou ao fórum em Contagem por volta das 12h20, depois de ter sido localizado pelo oficial de Justiça. Ele foi levado de forma coercitiva até o julgamento, já que não havia comparecido e porque a defesa havia reclamado. O advogado Ércio Quaresma o apontou como testemunha imprescindível.

Por causa dessa testemunha, os trabalhos ficaram paralisados por quase duas horas, sendo retomadas as preliminares. O Conselho de Sentença ainda não foi formado.

A quinta testemunha é o deputado estadual Durval Ângelo (PT), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. A intenção é mostrar que não há denúncia na comissão contra Bola.

O ex-policial responde a inquéritos na corregedoria da Polícia Civil, acusado de integrar um grupo de extermínio. Ele é suspeito de ter matado outras três pessoas e responde a processos na Justiça. No ano passado, ele foi absolvido por falta de provas por um outro crime atribuído a ele.

Bola participou como instrutor de um grupo especial da Polícia Civil, chamado GRE (Grupo de Resposta Especial), cujas imagens de treinamento a defesa pretende exibir no júri. Ocorre que o promotor Henry Castro pediu a exclusão dessas imagens, alegando serem "intimidatórias".

Pelo lado da acusação, estão arrolados como testemunhas a delegada Ana Maria dos Santos, o então adolescente Jorge Rosa, primo de Bruno (que não foi localizado), João Batista Alves Guimarães, ex-caseiro do goleiro Bruno, e o preso Jaílson Alves de Oliveira.

Esse preso alega ter ouvido Bola ter dito dentro da prisão que queimou o corpo de Eliza e jogou as cinzas em um lago.


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