Folha de S. Paulo


Grego, latim e 'até inglês' integram formação de líderes dos jogos medievais

Os líderes dos clãs costumam ser os mais cultos e mais desenvoltos dos grupos. Também são os mais nerds, assumidamente.

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Em geral, falam ou têm noções de línguas como latim ou grego, conhecem a fundo fatos históricos, organização medieval e jogos on-line. Em troca, recebem respeito, devoção e dedicação dos membros.

No último ano da faculdade de direito, Stephan Johann Klauss Baldez de Moraes, 22, é o líder do Aço Negro, no qual é chamado de Horus.

Filho de professores, desde a infância é ligado aos estudos de história. Fala com palavras rebuscadas e não se incomoda como outros jovens possam rotulá-lo.

"Falo inglês e entendo bem o latim, até porque a minha profissão pede e o clã tem origens na Igreja Católica, que tem a língua em seus fundamentos. Gosto de estudar, não gosto muito de baladas por causa do uso abusivo de álcool. Sou nerd e não tenho problemas com isso", diz.

Marco Aurélio Sanches, 21, líder de um dos maiores clãs de São Paulo, o Drakener, com 50 membros, é respeitado por seus conhecimentos de mitologia e de armas medievais. Estudante de marketing, ele declara ser "ruim" em esportes tradicionais, mas especialista em disputas de jogos de computador.

"Na escola, aprende-se muito pouco de história medieval. Pincela-se apenas um pouco sobre os romanos. Então, acabamos sendo autodidatas. Desde menino sou fascinado pelo tema."

Os melhores amigos e a namorada de Sanches --no clã, Vampiro-- são membros do grupo e devem a ele respeito.

"A cortesia, a educação e a honestidade entre os membros do clã remontam às leis dos cavaleiros medievais. Sou respeitado, mas também trabalho muito pelo grupo."

Editoria de arte/Folhapress

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