Folha de S. Paulo


Advogada de defesa de policiais diz que irá recorrer

A advogada Ieda de Souza, responsável pela defesa dos 26 réus do Massacre do Carandiru, que invadiram o segundo pavimento do Pavilhão 9, local onde morreram 15 presos, disse que irá recorrer da decisão tomada pelo júri de condenar 23 dos policiais acusados.

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Em declaração dada após a sentença, Ieda de Souza disse que o placar da decisão foi apertado, com 4 votos a 3 a favor da condenação.

Segundo a advogada, a decisão dos jurados não reflete o que a sociedade quer e pode ser anulada. "É possível ter um novo julgamento e ter novas pessoas trabalhando para entender esse caso", disse se referindo a um novo corpo de jurados. A advogada considera ser possível anular o julgamento porque a decisão foi "manifestadamente contrária a prova dos autos".

Sobre os condenados, Ieda de Souza afirmou que os policiais se sentem traídos pelo estado e que receberam a notícia "como militares que são". Todos ficaram impassíveis no momento de leitura da sentença. "Esperava nenhuma condenação e o reconhecimento da ação legítima dessas pessoas e de como a polícia exerce sua parte na sociedade", disse.

A advogada também afirmou que considera um "despropósito jurídico" que os comandantes da ação, entre eles o governador do Estado de São Paulo na época, Luiz Antonio Fleury Filho, não tenham sido responsabilizados pelo caso.

Para a advogada, a decisão atual dos jurados não afetará os próximos três júris dos outros 56 policias que ainda serão julgados pelo massacre.


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